terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Projeto promove arte de forma inclusiva para pessoas com deficiência visual

Durante as oficinas, as pessoas com deficiência visual recebem auxílio de um mecanismo de descrição de cenários
Foi criado na Universidade Federal do Ceará (UFC) um projeto de extensão com o intuito de proporcionar aos deficientes visuais apreciar a fotografia. Uma

arte que com o projeto irá transcender gêneros, etnias e, até mesmo, sentidos.

Nomeado de Fotografia Tátil, o projeto é coordenado pelo professor do Curso de Design Roberto César Vieira. A iniciativa surgiu na Semana de Acessibilidade,

organizada pela Secretaria de Acessibilidade da UFC, em 2014. No ano seguinte, foi transformada em extensão com o objetivo de promover a inclusão através

da fotografia acessível a pessoas com baixa ou nenhuma visão.

Para o coordenador, o objetivo é garantir uma maior inclusão social. “Diversos esforços têm sido realizados para tornar a fotografia uma ferramenta de

inclusão social para pessoas cegas, seja pelo ato de fotografar sem o sentido da visão, seja pela produção de peças para apreciação pelo sentido do tato.

Tais medidas visam introduzir a esse público o conceito da fotografia enquanto arte”, relata.

As atividades do projeto dividem-se em três etapas: a primeira é a produção da fotografia sem que haja o sentido da visão. Durante as oficinas, as pessoas

com deficiência visual ou baixa visão recebem auxílio de um mecanismo de descrição de cenários, similar ao utilizado na áudio-descrição de filmes. Com

essa descrição, os participantes conseguem produzir as fotografias. Aqueles que não possuem limitações em sua visão são vendados para garantir a total

imersão na experiência.

As outras etapas

O projeto acontece na Universidade Federal do Ceará (FOTO: Divulgação)
Com as fotografias em mãos, a segunda etapa consiste no estudo de programação, no processamento das imagens e no desenvolvimento de diferentes algoritmos

que formam padrões artísticos. Essas técnicas são essenciais para que aconteça a terceira etapa: a materialização das fotografias.

O produto dessa materialização permite que, através do tato, os deficientes visuais possam apreciar e sentir as fotografias. As peças são feitas com tecnologia

de fabricação digital, tendo como base os padrões gerados na programação das imagens.

Para fechar todo esse processo, acontece a exposição dos trabalhos realizados em encontros universitários, bem como em museus e em outros eventos. As imagens

expostas vêm acompanhadas de escritos em braile para auxiliar seu entendimento. Essas exposições têm também o papel de avaliar a experiência do projeto

a fim de melhorar não só o conteúdo exposto, como também as oficinas e o processo de produção.

fonte Por Tribuna do Ceará

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