Durante as oficinas, as pessoas com deficiência visual recebem auxílio de um mecanismo de descrição de cenários
Foi criado na Universidade Federal do Ceará (UFC) um projeto de extensão com o intuito de proporcionar aos deficientes visuais apreciar a fotografia. Uma
arte que com o projeto irá transcender gêneros, etnias e, até mesmo, sentidos.
Nomeado de Fotografia Tátil, o projeto é coordenado pelo professor do Curso de Design Roberto César Vieira. A iniciativa surgiu na Semana de Acessibilidade,
organizada pela Secretaria de Acessibilidade da UFC, em 2014. No ano seguinte, foi transformada em extensão com o objetivo de promover a inclusão através
da fotografia acessível a pessoas com baixa ou nenhuma visão.
Para o coordenador, o objetivo é garantir uma maior inclusão social. “Diversos esforços têm sido realizados para tornar a fotografia uma ferramenta de
inclusão social para pessoas cegas, seja pelo ato de fotografar sem o sentido da visão, seja pela produção de peças para apreciação pelo sentido do tato.
Tais medidas visam introduzir a esse público o conceito da fotografia enquanto arte”, relata.
As atividades do projeto dividem-se em três etapas: a primeira é a produção da fotografia sem que haja o sentido da visão. Durante as oficinas, as pessoas
com deficiência visual ou baixa visão recebem auxílio de um mecanismo de descrição de cenários, similar ao utilizado na áudio-descrição de filmes. Com
essa descrição, os participantes conseguem produzir as fotografias. Aqueles que não possuem limitações em sua visão são vendados para garantir a total
imersão na experiência.
As outras etapas
O projeto acontece na Universidade Federal do Ceará (FOTO: Divulgação)
Com as fotografias em mãos, a segunda etapa consiste no estudo de programação, no processamento das imagens e no desenvolvimento de diferentes algoritmos
que formam padrões artísticos. Essas técnicas são essenciais para que aconteça a terceira etapa: a materialização das fotografias.
O produto dessa materialização permite que, através do tato, os deficientes visuais possam apreciar e sentir as fotografias. As peças são feitas com tecnologia
de fabricação digital, tendo como base os padrões gerados na programação das imagens.
Para fechar todo esse processo, acontece a exposição dos trabalhos realizados em encontros universitários, bem como em museus e em outros eventos. As imagens
expostas vêm acompanhadas de escritos em braile para auxiliar seu entendimento. Essas exposições têm também o papel de avaliar a experiência do projeto
a fim de melhorar não só o conteúdo exposto, como também as oficinas e o processo de produção.
fonte Por Tribuna do Ceará
Nenhum comentário:
Postar um comentário