sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Sessão Azul: uma sala de cinema adaptada para crianças com autismo

“Falta muita compreensão e informação diante do comportamento das crianças com espectro autista. Isso muitas vezes faz com que as famílias não saiam de casa com as crianças. Sair de casa já uma dificuldade, e ainda temos que lidar com situações que não são causadas por nossos filhos, mas sim pelo preconceito dos outros. Ainda assim, definitivamente, ficar em casa não resolve o problema.” O relato acima é de Amanda Marchioreto, psicopedagoga e mãe do Leonardo, que tem cinco anos e foi diagnosticado no transtorno do espectro autista aos três. A família mora em São Paulo e costuma frequentar alguns espaços culturais como as feiras da Praça Elis Regina, Parque da Água Branca, parques de jogos eletrônicos e Sesc Pompeia, na zona oeste da cidade. E, desde 2015, passaram a ir também ao cinema, pois nasceu o projeto “Sessão Azul – sessões de cinema adaptadas para crianças com distúrbios sensoriais e suas famílias”, criado pelas psicólogas Carolina Salviano e Bruna Manta e pelo gerente de projetos de TI (tecnologia da informação) Leonardo Cardoso. “Após anos escutando, observando e vivenciando experiências de famílias de pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA), identificamos vários casos em que muitas vezes elas deixavam de ter convívio social por receio ou em, alguns casos, até vergonha da reação do autista em situações que para ele talvez não sejam tão confortáveis, como por exemplo, ir ao shopping, restaurantes, frequentar festas, ou ir ao cinema”, contou Leonardo ao Catraquinha. O TEA é uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Esses distúrbios se caracterizam, entre outras características, pela dificuldade na comunicação social e por comportamentos repetitivos. Embora todas as pessoas com TEA partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos, ou podem ser sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento. Fonte: Autismo e Realidade

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