segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
Bertioga tem a praia mais acessível para pessoas com deficiência
Praia Grande ficou em segundo lugar, com as praias Guilhermina e Tupi.
OAB avaliou as condições de 223 praias do litoral sul e norte paulista.
Mariane RossiDo G1 Santos
Praia da Enseada, em Bertioga (Foto: Renata de Brito/Prefeitura de Bertioga)
As praias de Bertioga e
Praia Grande,
no litoral de São Paulo, têm as melhores condições para receber as
pessoas com deficiência, segundo um levantamento realizado pela Ordem
dos Advogados
do Brasil (OAB) que avaliou 223 praias do litoral paulista.
O ranking de acessibilidade começou a ser feito em setembro e foi
tabulado nos meses de outubro e novembro de 2016. Segundo a entidade,
foram avaliados
11 itens em cada uma das praias. Membros da
OAB,
que trabalham com a temática dos direitos da pessoa com deficiência nas
12 subseções no litoral sul e norte, ajudaram na coleta dos dados.
Eles procuraram saber, por exemplo, se há informações acessíveis nas
praias para todos os tipos de deficiência, serviços de apoio às pessoas
com mobilidade
condicionada, salva-vidas no local, se a página da prefeitura divulga
informações para esse tipo de público, se há estacionamento com vagas
exclusivas
para deficientes, se existe percursos pedonais acessíveis e livres de
obstáculos, se as instalações são adaptadas e acessíveis e se há
cadeiras de rodas
anfíbias para o banho e passeio na praia para as pessoas com mobilidade
reduzida. Eles ainda checaram se existem hotéis que possuem acomodações
adaptadas.
Praia da Enseada ficou em primeiro lugar no ranking de acessibilidade
(Foto: Renata de Brito/Prefeitura de Bertioga)
Enseada ficou em primeiro lugar no ranking
(Foto: Renata de Brito/Prefeitura de Bertioga)
A praia da Enseada, em
Bertioga,
ficou em primeiro lugar no ranking de acessibilidade. Segundo o
levantamento, a praia conta com informações acessíveis para todos os
tipos de deficiência,
apoiadores, salva-vidas, vagas exclusivas, percursos pedonais,
sanitários adaptados, postos de primeiros socorros, cadeira de rodas
anfíbia, vestiários,
duchas e lava-pés. Há também hotéis com acomodações adaptadas e a o site
da prefeitura divulga informações ao público sobre acessibilidade.
Dividem a segunda colocação, Guilhermina e Tupi, na Praia Grande. Na
terceira posição estão as praias Indaiá, também em Bertioga, Aviação,
Boqueirão, Caiçara,
Mirim, Cidade Ocian e Solemar, em Praia Grande.
Segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), em 2015,
6,2% da população brasileira tem algum tipo de deficiência. Marcos da
Costa, presidente da Secional paulista da OAB, diz que o órgão tem uma
comissão muito
atuante no assunto e que começou a verificar que a questão da
acessibilidade nas praias variava de acordo com a política local. Por
isso, resolveram fazer
um raio-x da situação no litoral paulista.
“Essa primeira pesquisa foi para chamar atenção para o tema. A praia é
um bem público. Não é porque a pessoa tem alguma deficiência que deixa
de ter acesso
à praia. Quando a gente vê essas pessoas na praia é uma alegria, é uma
conquista da pessoa”, diz ele.
Ranking de acessibilidade das praias do litoral paulista (Foto:
Divulgação/OAB)
Ranking de acessibilidade das praias do litoral paulista (Foto:
Divulgação/OAB)
Com os resultados do ranking em mãos, os integrantes das comissões podem
levar essas informações para o poder público e cobrar melhorias para as
pessoas
com deficiência. “Identificar quais os itens de acessibilidade que os
municípios têm adotado e, a partir disso, criar uma divulgação cultural
para que
a sociedade passe a cobrar itens de inclusão”, afirma.
Ainda segundo ele, as subseções estão marcando reuniões com aos
prefeitos, mostrando que há praias com boa acessibilidade, como
Bertioga. Para ele, ter
uma estrutura a mais para as pessaos com deficiência é um diferencial,
inclusive, para o setor do turismo. Além disso, de acordo com Costa, as
adaptações
que devem ser feitas são muito simples.
"Duchas públicas com apoiador são essenciais. A questão das informações
físicas, com placas e em braile. Informações no site. Só o fato de estar
divulgando
faz com que as pessoas parem para pensar sobre isso", explica.
A ideia é que o levantamento seja atualizado a cada seis meses e que
seja possível ver alterações nas cidades e os prefeitos se preocupando
com o tema.
Costa enfatiza que os cidadãos também podem ajudar a deixar as praias um
ambiente cada vez mais frequentado por qualquer um. “Tem que cobrar da
municipalidade,
das câmaras municipais. É direito do cidadão ter acesso aos locais
públicos. A praia é um local público”, finaliza.
Ranking elencou as praias mais acessíveis do litoral paulista (Foto:
Renata de Brito/Prefeitura de Bertioga)
fonte g1
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