sábado, 28 de janeiro de 2017

Surfista que ficou cego aos 16 anos volta a competir: 'Tem que acreditar'

Elias 'Figue' perdeu a visão em um acidente, quando participava de seletiva. Ele buscou força em outros esportes antes de voltar às ondas em SC. G1 SC Elias "Figue" Diel começou a surfar ainda criança. Fazia isso diariamente até sofrer um acidente de carro que lhe tirou a visão, aos 16 anos. Quase 30 anos anos depois, ele decidiu voltar a participar de campeonatos sobre as ondas. "Tenho uma grande paixão desde a infância e isso ficou dentro de mim, sempre desejei muito", diz o morador de Itajaí, no Litoral Norte. "Um dia antes do acidente eu estava participando da seletiva brasileira pro mundial ISA amador. Vinte e sete anos depois eu fui convidado para participar do campeonato mundial ISA, só que de surfe adaptado. Na vida a gente nunca pode perder a esperança. Tem que seguir em frente, tem que acreditar", diz Figue, hoje com 43 anos. Até retornar às raízes do surfe, há dez anos, Figue buscou força e equilíbrio na ioga. "É como se eu pudesse me apoiar dentro dessa prática, acalmar minha mente, acalmar um pouco essa agitação que a gente tem, essa ansiedade". Surfista voltou a competir décadas após ficar cego (Foto: Reprodução/RBSTV) Surfista voltou a competir décadas após ficar cego (Foto: Reprodução/RBSTV) Ele gostou tanto de meditar que virou professor de ioga. Também começou a lutar jiu-jitsu e a escalar. Foi então que o gosto pelo surfe falou mais alto. Nas ondas mundo afora Desde que voltou a surfar, Figue já esteve em lugares como Peru, Cabo Verde, Costa Rica, El Salvador, Indonésia e Estados Unidos, onde conquistou medalha de prata no primeiro campeonato mundial de surf adaptado, na categoria de deficientes visuais, em dezembro. Em agosto, ele deve ir para o Havaí, e em dezembro desde ano, para San Diego. "Nesses lugares as ondas realmente entram fortes. Fica difícil acreditar que quem não enxerga vai conseguir. E ele foi lá e provou que dá", diz o o irmão do surfista, Cláudio Diel. No mar, Figue nunca entra sozinho. Quando não é o irmão, ele sempre conta com a ajuda de um amigo. "A gente precisa estar situado na posição certa, quando a série vem eles me orientam a hora de começar a remar e pegar a onda... depois é só sentir e curtir a onda" O irmão diz aprender com Figue todos os dias. "A lição de não desistir, de acreditar sempre, de acordar toda a manhã e fazer uma oração e agradecer por estar vivo. Essa é a lição que ele me passa todo dia".

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