segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Projeto desenvolve potencial de pessoas com deficiência por meio da arte

Sulamita Oliveira Damazio, 34 anos, costuma fazer as coisas no próprio tempo e do jeito que a deixa mais confortável. Ela precisa chegar aos lugares pelo menos uma hora antes de dar início a cada atividade ou cumprimentar as pessoas, escuta só o que realmente quer e cria novos termos para nomear objetos e alimentos. Quando perguntado sobre qual é a “limitação” de Sulamita, o pai, Daniel, responde: – Nenhuma. Ela só tem síndrome de Down. Há dois anos, Sulamita também é atriz. Ela participa do Projeto Arte para Todos, uma parceria entre o Núcleo de Assistência Integral ao Paciente Especial (Naipe), a Associação para Integração Social de Crianças a Adultos Especiais (Apiscae) e o Universo Down e está entre os artistas que se apresentam hoje no Teatro Juarez Machado, em Joinville. Como integrante da oficina de teatro, ela costuma chegar em casa depois das aulas e sentir vontade de repassar alguns exercícios. Movimentos como passar uma mão na outra ou trechinhos de uma música de Arnaldo Antunes poderiam parecer incompreensíveis para Daniel ou para a mãe, Conceição, mas Sulamita conta com a presença dos dois entre os colegas do projeto. Dessa forma, tem em todos os outros momentos da semana uma extensão do que aprende na oficina e pode contar com essa parceria na hora em que tem vontade de realizá-los fora da sala de aula. – Ela chegou a fazer aula de Libras e, como eu não fazia, quando ela chegava em casa e queria repetir o que aprendeu, eu não sabia o que fazer. Agora, consigo identificar e participar – conta Conceição. Desde que começou as aulas, Sulamita mudou o comportamento. De eterna criança que vivia dentro de casa, dependendo dos pais até para se alimentar, ela conquistou autonomia e começou a desempenhar atividades comuns do dia a dia que, até então, pareciam muito difíceis. Deixou também de chorar à toa, em horas de depressão que não tinham explicação. Tudo isso faz parte de um conjunto de mudanças que a fisioterapeuta Simone Marcela Oliveira, atual coordenadora do Naipe, percebeu nos participantes das oficinas de artes, aliadas ao desenvolvimento físico e motor – e que tem na participação dos pais um forte aliado. – Passamos por momentos em que os alunos absorveram tanto as lições, que os pais reclamaram da quantidade de autonomia que desenvolveram. Este ainda é um desafio: os pais protegem tanto para evitar o sofrimento dos filhos com deficiência intelectual que não permitem que estejam expostos aos erros – explica Simone. Tentativa e erro fazem parte do processo Errar e falhar não são problemas para quem entra em uma sala de aula do Projeto Arte para Todos. Não que os participantes das oficinas sejam protegidos da crítica por causa das dificuldades e limitações com que foram diagnosticados. Ao aprenderem teatro, dança e música, todos estão expostos às inúmeras possibilidades que a arte proporciona e a alcançarem ou não os objetivos propostos para as atividades – assim como qualquer pessoa. – Há serviços oferecidos a eles em que não há preocupações em avanços. Mas se você tem dificuldade para decorar um texto e conseguir memorizar duas palavras, esta já é uma grande conquista e, na próxima, vai tentar falar quatro palavras – reflete o coordenador de teatro do projeto, Robson Benta. A paciência é elemento primordial neste processo, que conta com a superação assim como toda forma de aprendizado, mas ele não envolve nenhum outro fator que já não esteja presente nas aulas com pessoas que não apresentam limitações ou dificuldades diagnosticadas. O resultado é que, na hora de subir no palco, não há esquecimento ou medo de encarar a plateia, muitas vezes formada por pais surpresos ao se deparar com um potencial que desconheciam em seus filhos. Fonte: A Notícia Site externo Sulamita Oliveira Damazio, 34 anos, costuma fazer as coisas no próprio tempo e do jeito que a deixa mais confortável. Ela precisa chegar aos lugares pelo menos uma hora antes de dar início a cada atividade ou cumprimentar as pessoas, escuta só o que realmente quer e cria novos termos para nomear objetos e alimentos. Quando perguntado sobre qual é a “limitação” de Sulamita, o pai, Daniel, responde: – Nenhuma. Ela só tem síndrome de Down. Há dois anos, Sulamita também é atriz. Ela participa do Projeto Arte para Todos, uma parceria entre o Núcleo de Assistência Integral ao Paciente Especial (Naipe), a Associação para Integração Social de Crianças a Adultos Especiais (Apiscae) e o Universo Down e está entre os artistas que se apresentam hoje no Teatro Juarez Machado, em Joinville. Como integrante da oficina de teatro, ela costuma chegar em casa depois das aulas e sentir vontade de repassar alguns exercícios. Movimentos como passar uma mão na outra ou trechinhos de uma música de Arnaldo Antunes poderiam parecer incompreensíveis para Daniel ou para a mãe, Conceição, mas Sulamita conta com a presença dos dois entre os colegas do projeto. Dessa forma, tem em todos os outros momentos da semana uma extensão do que aprende na oficina e pode contar com essa parceria na hora em que tem vontade de realizá-los fora da sala de aula. – Ela chegou a fazer aula de Libras e, como eu não fazia, quando ela chegava em casa e queria repetir o que aprendeu, eu não sabia o que fazer. Agora, consigo identificar e participar – conta Conceição. Desde que começou as aulas, Sulamita mudou o comportamento. De eterna criança que vivia dentro de casa, dependendo dos pais até para se alimentar, ela conquistou autonomia e começou a desempenhar atividades comuns do dia a dia que, até então, pareciam muito difíceis. Deixou também de chorar à toa, em horas de depressão que não tinham explicação. Tudo isso faz parte de um conjunto de mudanças que a fisioterapeuta Simone Marcela Oliveira, atual coordenadora do Naipe, percebeu nos participantes das oficinas de artes, aliadas ao desenvolvimento físico e motor – e que tem na participação dos pais um forte aliado. – Passamos por momentos em que os alunos absorveram tanto as lições, que os pais reclamaram da quantidade de autonomia que desenvolveram. Este ainda é um desafio: os pais protegem tanto para evitar o sofrimento dos filhos com deficiência intelectual que não permitem que estejam expostos aos erros – explica Simone. Tentativa e erro fazem parte do processo Errar e falhar não são problemas para quem entra em uma sala de aula do Projeto Arte para Todos. Não que os participantes das oficinas sejam protegidos da crítica por causa das dificuldades e limitações com que foram diagnosticados. Ao aprenderem teatro, dança e música, todos estão expostos às inúmeras possibilidades que a arte proporciona e a alcançarem ou não os objetivos propostos para as atividades – assim como qualquer pessoa. – Há serviços oferecidos a eles em que não há preocupações em avanços. Mas se você tem dificuldade para decorar um texto e conseguir memorizar duas palavras, esta já é uma grande conquista e, na próxima, vai tentar falar quatro palavras – reflete o coordenador de teatro do projeto, Robson Benta. A paciência é elemento primordial neste processo, que conta com a superação assim como toda forma de aprendizado, mas ele não envolve nenhum outro fator que já não esteja presente nas aulas com pessoas que não apresentam limitações ou dificuldades diagnosticadas. O resultado é que, na hora de subir no palco, não há esquecimento ou medo de encarar a plateia, muitas vezes formada por pais surpresos ao se deparar com um potencial que desconheciam em seus filhos. Fonte: A Notícia Site externo

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