quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Brasil: Alunos do AM desenvolvem óculos com sensor ultrassônico para cegos
Um dos desafios de deficientes visuais é a locomoção com segurança. Bengalas auxiliam na verificação de desníveis de piso e possíveis obstáculos até a
altura da cintura, mas placas e outros objetos que estejam próximos dos membros superiores poucas vezes são percebidos e podem causar sérios acidentes.
Pensando nisso, um grupo de 15 alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Amazonas) desenvolveu um modelo de óculos com sensor que percebe
obstáculos a até 2 metros de distância. O acessório é composto por uma placa nano arduíno e sensor ultrassônico que detecta qualquer tipo de obstáculo
e emite um sinal sonoro para o usuário. O sinal vai ficando mais alto a medida que o ele se aproxima do obstáculo. Um dos professores que participou do
projeto, José Salomão Zulaia, contou ao G1 que o acessório foi desenvolvido a partir das necessidades verificadas nos frequentadores da Biblioteca Braile.
"No primeiro contato, eles tiveram resistência por dizer que não substituiria a bengala, mas o objetivo do projeto é dar uma condição melhor de locomoção
e ele está programado para verificar obstáculos da cintura para cima. Depois que eles testaram, o projeto foi aprovado" afirma Zulaia.
Durante dois meses, o grupo pesquisou e desenvolveu os óculos. Eles foram apresentados na Feira de Projetos Tecnológicos do Senai, no último mês. Além
dos óculos, houve ainda o desenvolvimento de uma cadeira de rodas regulável para postos de trabalho e o aplicativo Lean Braille, que ensina a linguagem
braile e mostra como a falta de textos na língua dificultam a vida de deficientes visuais. O aplicativo está disponível em todas as plataformas.
Segundo o professor, os óculos ainda não estão disponíveis no mercado, mas podem ser confeccionados caso os deficientes visuais demonstrem interesse. Usuário
Gilson Pereira, de 52 anos, tem cegueira total e é gerente da Biblioteca Braile do Amazonas, que funciona no Sambódromo, na Zona Centro-Oeste de . Ele
foi um dos primeiros a experimentar os óculos com sensores e sugerir adaptações, como a distância dos obstáculos detectados pelo acessório. Ele enaltece
a criação do acessório, pois acidentes com postes e cabines telefônicas são recorrentes ao andar em vias públicas. "Este é um protótipo que está conosco
na biblioteca há um mês e é aprovado por quem experimenta. No geral, ele é necessário no uso externo, pois em casa e
lugares fechados os espaços são menores e normalmente já temos familiaridade com o local", explica. Em Manaus, cerca de dez Bibliotecas Brailes podem ser
encontradas, tanto públicas quanto privadas, dentre elas estão: Biblioteca Braile do Amazonas, a Biblioteca Municipal, no Largo de São Sebastião e na Escola
Estadual Professora Hilda Tribuzi, no bairro Cidade Nova.
Fonte:
http://www.jornalfloripa.com.br/noticia.php?id=700935
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