sexta-feira, 29 de julho de 2016

Crianças aprendem letras em Braille e entendem melhor as diferenças

Inclusão, palavrinha tão na moda mas infelizmente ainda tão pouco praticada de forma verdadeira, não é uma coisa que se empurra ¿goela abaixo¿ das pessoas. Não adianta querer, de uma hora para a outra, que todos se transformem em pessoas inclusivas e que todos os preconceitos com os diferentes sejam simplesmente esquecidos. Ninguém vai deixar de ser preconceituoso só porque alguém mandou, ou porque agora é crime e está na lei. A pessoa muda a partir do momento em que entende, no seu íntimo, que todos têm os mesmos direitos e que, tirando a nossa carcaça, por dentro somos, sim, seres humanos iguais. O caminho, portanto, é o conhecimento, a educação. Aí, a aceitação do outro, do jeito que ele é, acontece de forma natural. Essa é a verdadeira mudança que o mundo tanto precisa para viver em paz. Acreditando que tudo parte da educação e do conhecimento, uso a coluna hoje para parabenizar um projeto muito lindo que vem sendo desenvolvido pela professora Daiane Farina e pela auxiliar de sala Elis Regina, do Núcleo Municipal de Educação Infantil Gentil Mathias, do bairro de Ingleses, no Norte da Ilha, em Florianópolis. Elas estão ensinando noções de Braille (o sistema de escrita em alto relevo utilizado pelos deficientes visuais) para as crianças. Primeiro, mostraram à turma _ com idades entre cinco e seis anos _ dois exemplares do livrinho infantil Um Mundinho para Todos, um com a escrita tradicional e outro em Braille. Na história, há um mundo onde cada habitante tem um jeito diferente. Uns gostam de andar descalços, outros de tomar chocolate quente, e outros precisam de ajuda por não enxergarem muito bem. Ao mesmo tempo, eles estão aprendendo a reconhecer as letras no alfabeto normal e em Braille, um letramento bilingue. Já está previsto, também, entre outras atividades na sala, o uso do  sagu. Os pequenos vão utilizar as bolinhas para escrever os próprios nomes em Braille. ¿Estamos trabalhando de forma lúdica as questões ligadas à inclusão, pois acreditamos que seja um trabalho importante, e um conhecimento que toda a turma poderá levar para além dos limites da sala de aula¿, diz Daiane. Com toda a certeza, professora. É assim que as mudanças começam. Fonte: site site DC por Viviane Bevilacqua.

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