sexta-feira, 6 de maio de 2016
SMPED presente em debate sobre inclusão na área da construção
Sindicatos, secretarias, representantes do Ministério do Trabalho e da providência Social se unem para apontar caminhos para a inserção no setor da construção
civil
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Como pactuar para que a inclusão dos trabalhadores com deficiência aconteça tanto dentro dos canteiros de obras, quanto em escritórios de empresas do
setor da construção civil? Em uma área de atuação com tantas peculiaridades e, por isso, desafios diferenciados, o Sindicato da Construção do Estado de
São Paulo - SindusCon-SP – em parceria também com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de São Paulo - Sintracon-SP – promoveu
um encontro para conectar em uma mesma unidade indústrias e segmentos do setor público em um debate para gerar caminhos que estabeleçam a inserção segura
desses cidadãos.
Por meio do encontro “O Novo Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Lei de Cotas”, realizado na manhã de hoje, dia 27, a proposta era trazer aos interessados
conhecimentos embasados sobre a atual Lei Brasileira de Inclusão, na familiarização de conceitos e direitos.
Para aproximar os presentes na temática e promover a troca de experiências interessantes ligadas ao tema, uma mesa redonda abriu a programação do encontro.
Para tanto, José Romeu Ferraz Neto, presidente da SindusCon-SP, agradeceu e apresentou os integrantes do debate e reafirmou o compromisso da entidade nesta
busca por inserção, inclusive com exemplos de casos de sucesso a serem mostrados ao final.
Mobilizador dentro da entidade, Haruo Ishikawa, que responde como vice-presidente de Relações Capital-Trabalho e Responsabilidade Social, ficou responsável
por contar um pouco do histórico do setor na inclusão da pessoa com deficiência mais intensamente há cerca de 10 anos, com a assinatura de uma pactuação
com o Ministério do Trabalho, que agora em 2016 deve se tornar um Termo de Compromisso. “A Responsabilidade Social está em todos os meios. Quem não souber
trabalhar com a Responsabilidade Social não consegue trabalhar em qualquer atividade”, explicou Haruo sobre o processo de mudança de cultura, construção
do respeito ao próximo e tolerância.
Também foi ressaltado que em algumas ocasiões a deficiência pode ser adquirida ao longo da vida e, assim sendo, a importância do olhar para a reintegração
desse profissional da construção. “A pessoa com deficiência quer a oportunidade de produzir e trabalhar e, vou dizer mais, por onde tenho passado muitos
deles produzem mais, são mais dedicados, pontuais e mostram que são capazes”, destacou o presidente da SintraCon-SP, Antonia Sousa Ramalho.
Ainda dos representantes da indústria, Sylvio de Barros trouxe o ponto de vista da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp para a mesa
de conversa ao lembrar que há uma demanda represada de postos de trabalho abertos pela Lei de Cotas para a pessoa com deficiência que não são preenchidos.
Ressaltou que esses cidadãos ainda estão à margem, muitas vezes em situação de vulnerabilidade social, e encontram um ambiente hostil. Segundo pesquisas
com as indústrias integrantes da Fiesp, muitos desses trabalhadores que são incluídos estão em sua primeira experiência com carteira assinada e já estão
na faixa dos 30 anos.
Para representar os órgãos governamentais e trazer a perspectiva do poder público, Marianne Pinotti, secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade
Reduzida (SMPED), contou como as articulações são feitas para que as questões das demandas caminhem por todas as áreas da Prefeitura, ainda que capitaneadas
pela SMPED. “Vamos encontrar sempre muitas especificidades na questão do emprego, mas o foco é gerar a acessibilidade em todos os parâmetros”, destacou.
“Não tem outro segredo a não ser estarmos juntos nesse processo, não adianta nada o governo se empenhar para incluir as pessoas com deficiência na educação,
no trabalho, em questões relativas à reabilitação ou ao transporte se não temos as empresas que contratam, se não temos a sociedade civil junto, os trabalhadores
também junto ou o poder judiciário. É complexo porque precisa de todas as forças da sociedade”, ponderou Marianne sobre a unidade necessária na melhoria
do processo de inclusão.
Maria Isabel da Silva representou a Secretaria de Estado da Pessoa com Deficiência ao relembrar pontos importantes da Lei Brasileira de Inclusão que muitas
vezes não são de conhecimento de todos, incluindo o enquadramento como crime para os atos de preconceito.
A desembargadora do Trabalho, Silvia Pondé Devonald, contou experiências do tribunal e ponderou que, mesmo com diversos casos de inclusão em cargos concursados,
ainda não há um juiz com deficiência, o que traria uma perspectiva inovadora.
E para finalizar essa primeira roda de conversa, André Silva, representando o Ministério da Previdência Social – INSS, salientou que muitas vezes o processo
de reabilitação de alguém que dá encaminhamento no INSS passa também pela “ressignificação” de sua atuação no mercado de trabalho.
“Quando o trabalhador esteve no mercado de trabalho, teve sua vida interrompida por adoecimento ou acidente, passou por toda a assistência à saúde, teve
afastamento – muitas vezes também do convívio social, da liberdade e independência – e aí, por fim, é encaminhado para a reabilitação profissional para
que a gente tente então ressignificar a vida dessa pessoa retornando ao mercado de trabalho. A gente não trabalha necessariamente a inserção, mas a reinserção
da pessoa no trabalho do qual ela foi cerceada”, pontuou André sobre o processo pelo qual muitos desses profissionais passam.
O dia ainda seguiu com palestras sobre o novo estatuto da LBI, bem como casos de sucesso de empresas que podem servir de inspiração para os presentes.
fonte>s m p e d
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