terça-feira, 19 de maio de 2015
Olho biônico de verdade entra em ação
Dianne Ashworth afirmou ter visto um pequeno flash, reação que nunca conseguiu obter através de outros estímulos
Saúde Visual noticiou
nesta
matéria que pesquisadores australianos apresentaram o protótipo de um olho biônico pronto para ser implantado no primeiro paciente humano.
Apenas oito meses depois daquela divulgação, o grupo de pesquisadores e engenheiros australianos anunciou ter realizado com sucesso o implante do primeiro
olho biônico com 24 eletrodos, o que deu a uma paciente com perda de visão profunda um estímulo parcial de visão. Os pesquisadores afirmaram que esse é
um importante passo para, no futuro, ajudar pessoas com deficiência visual a se locomover de forma independente.
A australiana em questão é Dianne Ashworth, que teve perda severa de visão devido a uma retinite pigmentosa hereditária. Ela recebeu o protótipo de olho
biônico em maio no Hospital Royal Victorian Eye and Ear, mas ele só foi ligado um mês mais tarde.
O olho biônico, projetado, construído e testado pela Bionic Vision Australia, um consórcio de pesquisadores parcialmente financiado pelo governo australiano,
está equipado com 24 eletrodos com um pequeno fio que se estende desde a parte de trás do olho até um receptor conectado atrás da orelha. Ele é inserido
na coróide, o espaço ao lado da retina dentro do olho.
Penny Allen, cirurgião especialista que implantou o protótipo, explica que o dispositivo estimula eletricamente a retina. “Impulsos elétricos são transmitidos
através do dispositivo, que, em seguida, estimulam a retina. Esses impulsos, em seguida, passam de volta para o cérebro (criando a imagem)”, disse Allen.
O dispositivo restaura visão leve, onde os pacientes são capazes de definir grandes contrastes e bordas, tais como objetos claros e escuros. Os pesquisadores
esperam desenvolver o protótipo para que pacientes cegos possam conquistar independência de mobilidade.
Pesquisa semelhante foi realizada na Universidade Cornell, em Nova York, por pesquisadores que decifraram o código neural, que são os pulsos que transferem
informações para o cérebro, em ratos. Os pesquisadores desenvolveram uma prótese que conseguiu restaurar visão quase normal para ratos cegos.
“O que nós vamos fazer é restaurar um tipo de visão que, provavelmente, vai ser preto e branco, mas o que estamos esperando fazer para esses pacientes
que estão gravemente deficientes visuais é dar-lhes a mobilidade”, disse Allen.
Para o diretor da Bionic Vision Australia, Anthony Burkitt, os resultados têm superados as expectativas. "Nos dá confiança de que com mais desenvolvimento,
podemos alcançar a visão útil", disse ele.
(Fonte: Portal Terra)
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