sábado, 16 de maio de 2015
Cadeirante não consegue entrar em banheiro e urina na rua
Cadeirante urina na rua por não conseguir entrar em banheiro de hospital em Goiânia, Goiás (Foto: Arquivo pessoal)
Esmar não conseguiu entrar com a cadeira de
rodas no banheiro (Foto: Arquivo pessoal)
Devido à falta de acessibilidade, um cadeirante aposentado passou por uma situação constrangedora em
Goiânia.
Edmar Silva foi até o Hospital Maria Auxiliadora para fazer um ultrassom da bexiga e, por isso, teve de tomar quase um litro de água. Porém, quando precisou
ir ao banheiro, não conseguiu passar pela porta e foi informado que a unidade não tinha nenhum cômodo adaptado para pessoas com deficiência. Diante da
dificuldade, ele conta que teve de urinar na rua.
O G1 tentou contato com o hospital, mas ninguém atendeu às ligações até a publicação desta reportagem.
O fato ocorreu no último dia 12 e deixou o cadeirante transtornado. Ele reclamou da falta de condições para pessoas na mesma situação que ele. "Saí de
lá com a minha esposa e a única solução que encontramos foi para trás de uma árvore no Bosque dos Buritis e urinar ali mesmo. Foi uma situação muito chata.
Por pouco, não urino na roupa. Sem contar que havia várias pessoas ali por perto", disse aoG1.
"O mundo não é acessível. Tudo isso ocorreu por falta de um banheiro adaptado. As pessoas não sabem a situação que vão encontrar na vida. Amanhã qualquer
um pode ter o mesmo problema”, lamenta.Edmar teve paralisia infantil aos 4 anos e, desde então, sempre caminhou com ajuda de muletas. Em 2010, quebrou
o fêmur ao cair de um degrau da escada. Devido às dores que sentia ao tentar andar, mesmo com apoio, optou por se locomover em uma cadeira de rodas.
Adaptação
Edmar mora junto com a esposa, a artesã Maria Eliane Silva, no Jardim Curitiba I, na região noroeste de Goiânia. Para que ele pudesse se locomover dentro
da própria casa, foram necessárias várias adaptações.
"Depois que fiz essa rampa na porta de casa, ficou mais acessível, mas antes eu precisava da ajuda da minha mulher para poder entrar. Também tem uma rampa
que dá acesso à área de serviço. Só aqui eu me sinto livre", afirma.
Maria Eliane conta que, quando o marido sai de casa, a situação fica complicada por conta da situação crítica das calcadas. Muitas vezes, afirma, ele tem
que andar no meio da rua.
"Sou as pernas dele. Quando chega na esquina, já está cansado. Eu que tenho que pegar no batente. Tem que melhorar, o governo tem que pensar mais no deficiente
e fazer mais acesso para eles. Eles também são gente", reclama.
Fonte: G1
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