quinta-feira, 28 de maio de 2015
Brasil: Menino que ficou cego jogando futebol faz vaquinha para bancar tratamento
Em abril de 2014, a vida do estudante Vinicius Bail mudou completamente.
Durante uma partida banal de futebol na escola em Guarapuava (PR), ele
chutou
a bola no travessão, preso à parede por uma corrente devido a uma
reforma. O impacto derrubou a estrutura e, na tentativa de evitar que o
goleiro se machucasse,
o garoto se jogou para tentar salvá-lo. Acabou atingido em cheio na
cabeça e, depois de 22 dias em coma, retomou a consciência. Estava,
porém, cego.
Desde então, a família de Vinicius, que ainda tem outros dois irmãos,
realiza uma busca constante para que ele volte a ter uma vida normal.
Idas a um instituto
de auxílio a deficientes visuais ajudaram o menino de 13 anos a fazer
tarefas como arrumar a cama, cozinhar e usar a bengala. Ele também já
consegue mexer
no computador e no celular sozinho, está aprendendo braile e até voltou
a estudar no mesmo colégio do acidente. Falta apenas enxergar novamente,
nem que
seja apenas um pouco.
Diversos médicos foram consultados nos últimos meses, mas, segundo o pai
de Vinicius, Edvilson Santos, a família obtinha sempre a mesma resposta:
— A indicação era que nada poderia ser feito, que tínhamos que aguardar
para ver se ele voltaria ou não a enxergar
Foi então que um especialista em São Paulo deu uma esperança. Na
Tailândia, há um tratamento feito com células-tronco que pode ajudar o
garoto – trata-se
de uma alternativa ainda inviável no Brasil, pois não há legislação
específica para isso. O problema é que o custo da viagem e da
permanência dele e da
mãe no país asiático é estimado em R$ 150 mil. Por isso, a família e
amigos estão em campanha e uma vaquinha na internet busca arrecadar o
dinheiro
Até a tarde desta segunda-feira (18), R$ 50 mil já haviam sido obtidos.
Edvilson assegura que pesquisou tudo o que pôde para confirmar que o
tratamento é sério. A intermediação com os tailandeses está sendo feita
por meio da
Fundação Fenix, que tem um escritório em Irati, no Paraná, e trabalha
com pessoas que podem conquistar a cura pelas células-tronco:
— Até ficamos receosos, mas há pessoas na nossa cidade que já foram para
a Tailândia. Ninguém nos disse que essa possibilidade é milagrosa, mas é
uma chance
de o Vinicius voltar a enxergar
A solidariedade recebida até agora tem surpreendido a família:
— Muita gente apareceu disposta a ajudar não só na internet, mas também
na campanha que estamos fazendo entre amigos para chegar no valor
necessário. Estamos
confiantes que vamos conseguir o dinheiro
Além da cegueira, Vinicius enfrenta outros dois problemas físicos
decorrentes do acidente: arrasta a perna esquerda, que trata com
fisioterapia, e precisa
de uma prótese na testa, cujo osso foi danificado e o impede de fazer
exercícios físicos — neste último caso, ele está na fila do SUS para
fazer a cirurgia
necessária.
Enquanto espera, o menino busca manter o otimismo e a alegria de estar
vivo. Ele vai, inclusive, ao cinema, onde acompanhou recentemente o
filme Vingadores:
Era de Ultron. O pai conta:
— Na volta do coma, a parte emocional do Vinicius ficou bem abalada. Ele
teve muitas lembranças de quando era criança, questionou e chorou
bastante, mas
depois foi passando. Procuramos sempre estar juntos e brinco como se ele
estivesse enxergando normal. Ele tem fé que voltará a enxergar
Obviamente, a vida dele e da família passou por muitas transformações no
último ano. Comerciante, Edvilson mudou o local de trabalho do centro da
cidade
para a própria casa, enquanto sua mulher deixou boa parte da dedicação
profissional na empresa da família para ajudar Vinicius. Apesar de todas
as dificuldades,
o pai ainda consegue fazer um balanço positivo de toda a situação pela
qual tem passado:
— A vida da gente é um fio, temos que valorizar cada segundo. Um
acidente que durou milésimos de segundo mudou a vida do meu filho para
sempre e não tem
o que pague o amor que sentimentos entre nós. Muita gente pensa em
sucesso e nos bens materiais, mas o que sobra é o amor.
Fonte:
http://esportes.r7.com/futebol/menino-que-ficou-cego-jogando-futebol-faz...
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