sábado, 18 de abril de 2015
Imagens da alma: fotógrafo cego e surdo é considerado exemplo na Austrália
Brenden Borellini não deixou a cegueira e
a surdez o abaterem. O australiano se formou no Ensino Médio,
fez faculdade e agora se dedica a um sonho - a fotografia
Brenden Borellini não deixou a cegueira e a surdez o abaterem. O australiano se formou no Ensino Médio, fez faculdade e agora se dedica a um sonho: a fotografia
Impossível é uma palavra que não existe para Brenden Borellini. O australiano de 45 anos é fotógrafo, mas um detalhe torna sua trajetória de vida um enredo
de superação. Brenden é cego e surdo, deficiências que não o impediram, no entanto, de cursar uma faculdade e realizar o sonho de fazer o que é um talento
seu: fotografar. No final de julho esse talento permitiu que Brenden ganhasse um minidocumentário sobre sua vida, produzido pela empresa ABC Tropical North,
especializada na confecção e distribuição de vídeos.
História
Brenden nasceu com deficiência congênita auditiva e visual, mas ainda enxergava, apesar de pouco. O quadro, porém, evoluiu para uma cegueira completa em
alguns anos. Com poucas oportunidades de acesso à educação nos primeiros dez anos de vida, o australiano conseguiria traçar novos caminhos ao conhecer
a Unidade de Educação Especial da Escola Estadual Cavendich Road, do município de Brisbone, na Austália. Lá, ele conseguiu o suporte necessário para realizar
uma importante conquista: se formar no Ensino Médio. Foi assim que em 1989 Brenden se tornou o primeiro australiano cego e surdo a completar o Ensino Médio
padrão em seu país, o que o fez ganhar o prêmio Young Australian of the Year (Jovem Australiano do Ano), e uma homenagem da Princesa Diana em Londres.
Depois de terminado o Ensino Médio, Brenden ainda cursou Sociologia na Universidade de Queensland.
A relação com a fotografia começou quando Brenden se mudou para a cidade de Mackay, onde teve contato com Steve Mayer-Miller, da Crossroad Art, organização
local que promove a inclusão de pessoas com deficiência no mundo das artes. O contato que aconteceu há dois anos abriu horizontes para Brenden. Segundo
o site da organização, trabalhando na Crossroad Art o australiano já teve vários papeis no teatro, onde começou interpretando um escritor, fez workshops
e realizou trabalho de pesquisa.
No caso da fotografia apesar de Steve, diretor de arte da Crossroad, já ter trabalhado com a prática da atividade por pessoas cegas e por pessoas surdas,
Brenden foi o primeiro caso de artista com as duas deficiências a fotografar na organização. O desafio foi lançado e o resultado uma experiência de sucesso.
Técnica 3D
O primeiro passo foi ensinar Brenden a mexer nos botões da máquina e acompanhá-lo para ensaios no novo equipamento, mostrando a direção em que ele deveria
se posicionar. Em pouco tempo ele começou a dar os seus primeiros cliques com a máquina fotográfica. Mas faltava um passo importante, dar a Brenden a noção
do que ele estava fotografando. Foi pensando nesse retorno necessário ao fotógrafo que Steve teve a ideia de usar impressoras em 3D. A tecnologia encontrada
pela equipe permite que as fotos, em duas dimensões, sejam transformadas em imagens com relevos e diferentes texturas, o que faz ser possível a Brenden
“sentir a foto” em três dimensões através do tato.
No documentário da ABC Tropical North, que tem cerca de quatro minutos de duração, é exposta a sensação de Brenden. Um narrador lê mensagens escritas pelo
australiano em Braille e as conta como voz de fundo, enquanto aparecem imagens de Brenden fotografando. Em uma dessas mensagens ele traduz a sensação do
fotógrafo diante da foto em três dimensões:“Eu posso reconhecer os elementos da imagem. Eu acho que é muito impressionante ser capaz de sentir as fotos
que eu tirei”fonte:extra
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