sexta-feira, 10 de abril de 2015

Chip em teste promete fazer cegos voltarem a enxergar

Chip milimétrico que promete devolver a visão a indivíduos que sofrem de degeneração muscular Cientistas da Universidade Stanford, da Califórnia, desenvolveram um chip milimétrico que promete devolver a visão a indivíduos que sofrem de degeneração muscular, doença caracterizada pela morte das células receptoras de luz de retina. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. A inovação obteve sucesso no teste com ratos e a previsão é que seja testada em humanos dentro de um ano. Daniel Palanker, responsável pela tecnologia, licenciou a ideia para a empresa francesa Pixium Vision. O ideia é substituir as células por chips de 2 mm, feitos de material similar aos que existe em painéis solares. Ao receber luz, eles emitem impulsos elétricos que estimulam terminações nervosas de retina e levam informação visual ao cérebro. Os aparelhos que serão testados no ano que vem pela Pixium possuem 65 micrômetros de largura, uma resolução ainda baixa comparada ao tamanho das células fotorreceptoras naturais do olho humano, com cinco micrômetros. "Mas nós já estamos conseguindo produzir chips com pixels de 40 micrômetros", disse Palanker à Folha. "Essa diminuição em tese seria capaz de dar aos pacientes uma resolução suficiente para reconhecer faces e ler livros." O dispositivo é voltado, sobretudo, a pessoas que sofrem de degeneração macular – uma doença relativamente comum em idosos – causada por morte de células receptoras de luz da retina. Como essas células fotorreceptoras são parte do sistema nervoso, que não se regenera facilmente, a esperança de cura por medicamentos é virtualmente nula. Esse tipo de técnica vem sendo desenvolvida por vários grupos de pesquisa há mais de duas décadas, mas vinha esbarrando em problemas como falta de resolução e dificuldade de implante. Conforme já divulgamos neste artigo, desde 2013, a empresa Second Sight já vende um tipo de retina artificial, mas o aparelho gera uma visão de baixa precisão – próxima ao limiar pelo qual oftalmólogos consideram alguém cego. Além disso, requer que um cabo entre pela lateral do olho e vá até a retina. O dispositivo criado agora por Palanker não requer cabos, incisões ou perfurações. A própria luz que incide no chip implantado na retina gera a eletricidade que é transmitida aos neurônios visuais. O único problema é que, para conseguir essa geração de energia, é preciso uma quantidade muito grande de luz, e os objetos que enxergamos no dia a dia não estão suficientemente iluminados. O cientista contornou o problema criando um óculos com uma câmera no centro, que projeta as imagens em dois painéis de alto brilho na frente dos olhos. Essas pequenas telas, porém, só emitem luz infravermelha: invisível ao olho humano comum, mas captada pelo chip de Palanker. Para instalar o dispositivo sob a retina, o cientista usa apenas uma agulha especial. (Fonte: Folha de São Paulo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário