segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Aline Correia: Audiodescrição traduz imagens em palavras, expressões em sentimentos

Imagine a seguinte cena em um filme: um nadador se atira na piscina de cabeça. Imaginou? Mas, e se você soubesse que a câmera estava posicionada dentro da água? Muda tudo não é? Pois dar ao cego a exata dimensão de uma cena no cinema, por exemplo, é apenas uma das funções da audiodescrição. Aline Correia Foto de Aline Correia: Audiodescrição: Técnica traduz imagens em palavras, expressões em sentimentos. "A audiodescrição é um repasse de informações entre um código imagético (imagem) para um código verbal. As imagens se transformam em palavras para que pessoas cegas, com baixa visão, idosos e disléxicos possam compreender o contexto em que estão inseridas ou que está sendo apresentado através do cinema, teatro, balé, palestras, partidas esportivas e etc". A definição é da professora Aline Corrêa, que acaba de concluir, em Campinas (SP), o curso de Introdução à Audiodescrição e pretende trazer para Belém a experiência positiva de outras cidades. "São Paulo e Rio de Janeiro estão bem avançadas quanto à audiodescrição, mas estados como Pernambuco, Ceará, Amazonas, Espírito Santo também desenvolvem importantes trabalhos. Na Universidade de Brasília, por exemplo, já há pesquisa de mestrado em audiodescrição em telenovelas, e na Universidade Federal de Juiz de Fora,em Minas Gerais, existe o curso de Especialização em Audiodescrição, entre outros excelentes trabalhos desenvolvidos pelo Brasil", explica. Em Belém, onde a técnica ainda engatinha - apenas duas profissionais são certificadas pelo Instituto Benjamim Constant (IBC), referência na formação de audiodescritores, com sede no Rio de Janeiro. Além da própria Aline, a pedagoga Joana Martins, do Centro de Referência em Inclusão Educacional Gabriel Lima Mendes (Crie), órgão da Secretaria Municipal de Educação para a inclusão de pessoas com deficiência na rede regular de ensino, possui a certificação. Enquanto a qualificação não chega ao Pará, Aline e Joana criaram, esse ano, um grupo de estudo sobre audiodescrição. "Nos reunimos a cada 15 dias, na Seção Braille do Centur, para que possamos repassar a outras pessoas o que aprendemos fora e mantermos os estudos sobre o assunto", conta. Entre os projetos que a dupla pretende desenvolver até o final do ano está a visita guiada ao Centro Histórico de Belém e a elaboração de uma agenda de ações para pessoas com deficiência visual através da Comissão de Inclusão e Acessibilidade da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Fonte: ORM News

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