segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A gente não quer só comida, A gente quer comida diversão e arte

"A gente não quer só comida, A gente quer comida diversão e arte". Os versos dos Titãs resumem um anseio universal,mas que ainda está longe da realidade das pessoas com deficiência. Ter acesso a eventos culturais é um desejo que ainda aguarda pela preocupação de promotores de cultura de adaptar seus eventos e produtos também para esse público. É isso que o Ministério da Cultura espera contribuir para mudar ao oferecer um curso de especialização em acessibilidade cultural, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a gestores públicos de cultura, Pontos e Pontões de Cultura, organizações da sociedade civil e professores de universidades públicas de todos os estados do Brasil, a partir de abril. Curso de Acessibilidade Cultural A proposta é sensibilizar e instrumentalizar esses gestores para a implantação de políticas de acessibilidade cultural, além de ampliar o debate sobre gestão cultural acessível e legislações conquistadas no campo dos direitos humanos. "Uma pessoa com deficiência visual sozinha não consegue ver uma obra de arte, então ela precisa de um recurso de acessibilidade, que pode ser a audiodescrição, a reprodução tátil ou a impressão de libras para ter acesso a esse conteúdo estético, artístico e cultural. Mas, para isso, precisamos de pessoas capacitadas que conheçam a legislação e possam fazer essas políticas públicas inclusivas também na área da cultura. Não basta que o local do espetáculo tenha uma rampa de acesso para cadeirante é preciso que as pessoas realmente tenham acesso à cultura", explica a coordenadora do curso, Patrícia Dorneles. Ela garante que a legislação brasileira avançou nas garantias de direitos, mas diz que as políticas públicas ainda não se concretizaram porque existe desconhecimento - lacuna que a pós-graduação espera preencher. "O que queremos é aproximar gestores públicos de gestores culturais na busca dessas soluções e também estimular a sociedade civil para fiscalizar o que define a legislação. Precisamos oferecer eventos públicos com integração efetiva e o curso vai dar essa visão global dos meios de fazer essa acessibilidade cultural acontecer", completa. São 63 vagas, sendo 27 para servidores públicos concursados de instituições culturais públicas, cinco para Pontos e Pontões de Cultura (que receberão apoio para a capacitação por meio de passagens), cinco para representantes de instituições da sociedade civil que atuem no campo da deficiência e da cultura, e cinco para docentes de cursos de Terapia Ocupacional ou áreas afins de universidades públicas. Há ainda cinco vagas para funcionários concursados do MinC e outras cinco para produtores culturais concursados da UFRJ, além de vagas para bolsistas de residência cultural e para a equipe de secretaria acadêmica do curso de especialização em acessibilidade cultural. "Em breve todos os projetos culturais vão pedir a política de acessibilidade de qualquer atividade cultural, portanto é muito importante que em cada lugar desse país exista alguém que conheça de uma forma geral as políticas públicas e as plataformas que garantam que a pessoa com deficiência possa fluir culturalmente. Acho tão importante isso que até os cursos de licenciatura em artes deveriam ter acesso a esse curso, porque como os professores vão ensinar aos alunos com deficiência? E sabemos que ainda não existe essa formação dentro das universidades", argumenta Patrícia. As inscrições para o curso de especialização podem ser feitas até 28 de fevereiro, exclusivamente por via postal. O curso terá carga horária de 360 horas, divididas em nove blocos de 40 horas semanais. Cada bloco será realizado durante uma semana por mês, de modo a possibilitar a participação de candidatos de fora do Rio de Janeiro. Serão 12 disciplinas teóricas e práticas: política e diversidade cultural; aspectos gerais das deficiências; tecnologia assistiva I e II; exposição acessível I e II; seminário de projeto I e II; sensibilização em Libras; audiodescrição I e II; e Braile e outros recursos. PARTICIPE Curso de especialização em acessibilidade cultural da UFRJ Inscrições: até 28 de fevereiro, apenas pelo correio Edital e informações: www.medicina.ufrj.br/acessibilidadecultural Fonte: Diário do Pará via blog da audio descriçao

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