segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

     Passeio turístico: Sem café e acessibilidade

O portador de necessidades especiais Jackson Paula não conseguiu passear no Bonde Café em Santos. Comentário SACI: "É necessário esclarecer que o termo correto ao se referir a alguém com deficiência é pessoa com deficiência e não “pessoa portadora de deficiência”. Essa revisão do termo “portador” para pessoa com deficiência já havia ganhado muita força em 2006, com a promulgação da Declaração dos Direitos Humanos Fundamentais das Pessoas com deficiência da Organização das Nações Unidas ratificada no Brasil em 2008. Por fim, no dia 03 de novembro de 2010 foi publicada a Portaria n. 2.344 da Secretária de Direitos Humanos da Presidência da República que regularizou oficialmente as terminologias legais aplicadas as leis sobre a matéria, instituindo legalmente o termo Pessoas com Deficiência abolindo de vez o termo portador de deficiência." de Eduardo Martins de Miranda, Advogado - OAB/BA 36.757 da Redação Tentando aproveitar ao máximo o período de férias, o portador de necessidades especiais Jackson Paula e a esposa Rita acabaram frustrados ao tentar utilizar, na tarde da última quarta-feira, dia 14, o recém-inaugurado Bonde Café, amplamente anunciado como uma das grandes atrações de Santos e da Baixada Santista nesta temporada por possuir ainda ar-condicionado e elevador para total acessibilidade. Ao chegar à Praça Mauá, o casal foi surpreendido com a primeira má notícia: a máquina de café havia quebrado, portanto, o bonde não estava trafegando. Ele tentou embarcar em outro, mesmo sem o elevador, mas se decepcionou pela segunda vez: o horário de funcionamento do bonde vai até às 17h30 e os funcionários preparados para ajudá-lo no embarque e desembarque só trabalham até as 16 horas. Pior é que Jackson chegou às 15h30 e até poderia embarcar, mas foi informado que não teria ninguém para desembarcá-lo ao final do trajeto. Ele conta que os funcionários chegaram a pedir que, antes de eu sair de casa (Praia Grande), ele ligasse para alguns números da Prefeitura para ver se o serviço estaria funcionando. Também pediram para denunciar o inconveniente à Ouvidoria. Inconformado, Jackson reproduziu o que disse à Reportagem nas redes sociais: “tudo é preparado sem um planejamento, uma ampliação de consciência e boa vontade do poder público em relação às pessoas com a necessidade especiais. Se existe a tal equipe que prepara o bonde normal para que uma cadeira de rodas embarque e desembarque, esta equipe tem que ficar disponível do primeiro minuto de funcionamento do serviço até a hora de seu encerramento”, afirma. Jackson completa: “é preciso entender que pessoas com deficiência são como quaisquer outras, que têm seus compromissos, seus horários, suas vontades. Eu tenho que ter a liberdade de chegar a hora que quiser para fazer o passeio como qualquer outro! Eu já vivo muito limitado, para ter que viver mais limitado ainda por causa da incompetência do poder público”, finaliza. Prefeitura A Prefeitura de Santos, por intermédio da Assessoria de Imprensa, garante que o Bonde Café não circulou porque passou por manutenção da rede elétrica na garagem do Valongo. Portanto, não houve qualquer problema com a máquina de café, que está funcionando normalmente. Explica ainda que o horário de funcionamento do bonde é das 12 às 17 horas, quando acontece a última saída. Os funcionários da CET permanecem trabalhando até que o último passeio termine e todos passaram por treinamento para operar o elevador para cadeirante, podendo realizar o embarque e desembarque dos passageiros. Finalizando, contesta o argumento de Jackson alertando que funcionários da CET são orientados a não prestar informações, uma vez que há na Praça Mauá um posto de Informações Turísticas, com recepcionista bilíngue, que recebe treinamento para responder questões pertinentes ao turismo. Esse posto não responde por questões relativas ao funcionamento dos bondes e não solicita a nenhum passageiro que entre em contato prévio para saber de seu funcionamento. ¤ fonte:rede saci

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