segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Sem ajuda, enxadrista cego ganha partida e se destaca nos Abertos

Atleta de Altinópolis usa tabuleiro de xadrez adaptado e chama atenção em competição em Bauru que contou com a participação de atletas renomados da Redação Pouco mais de uma hora foi o suficiente para que o enxadrista Crisolon Terto Villas Boas vencesse a partida disputada nesta quarta-feira (26), no segundo dia de competições de xadrez da 78ª edição dos Jogos Abertos do Interior, que acontecem em Bauru. A concentração para a reação diante da jogada do adversário seria uma característica comum da modalidade, não fosse pelo fato de que um dos jogadores é cego. Crisolon é mineiro de Belo Horizonte (MG) e faz parte da equipe da cidade de Altinópolis nos Abertos. Em Bauru, o jogador de 54 anos, campeão brasileiro na categoria de deficientes visuais, ganhou a partida válida pela segunda divisão da modalidade contra um competidor da cidade de Francisco Morato. Os Abertos contam com disputas na categoria PcD (Pessoas com Deficiência) em algumas modalidades, mas o xadrez não está incluído. – Foi uma partida como todas as outras onde é preciso habilidade para saber ganhar o jogo. A deficiência pode ser que me ajude na hora de me concentrar, mas o treino é fundamental – diz o torcedor do Atlético-MG que tem no currículo seis títulos nacionais, além de participações em olimpíadas para deficientes fiscais e campeonatos mundiais. Ao todo, 23 equipes disputam as provas da modalidade, disputadas em sete rodadas, até este sábado. A competição de xadrez em Bauru conta com enxadristas renomados como Henrique Mecking, o Mequinho, Rafael Leitão e Gilberto Milos. Para possibilitar que o xadrez seja praticado por deficientes visuais e jogado pelo atleta de Altinópolis, que tem 100% de cegueira, a Federação Internacional de Xadrez (Fide) criou algumas adaptações. O tabuleiro que Crisolon usa possui as casas perfuradas, permitindo que as peças se encaixem no centro de cada uma, além das casas pretas em alto relevo, para se distinguir das brancas. Para diferenciar a cor das peças, existe um detalhe semelhante a um pino em cima das peças brancas, destacando-as das pretas. Sem ajuda Durante uma partida, o enxadrista arma seu tabuleiro adaptado ao lado do oficial e apenas narra seu lance ao adversário, que movimenta as peças por ele. Como em toda competição o atleta é obrigado a escrever as jogadas, Crisolon utiliza um gravador para registrar as sequências de seus movimentos. Ao todo, 23 equipes disputam as provas da modalidade, disputadas em sete rodadas, até este sábado. A competição de xadrez em Bauru conta com enxadristas renomados como Henrique Mecking, o Mequinho, Rafael Leitão e Gilberto Milos. Para possibilitar que o xadrez seja praticado por deficientes visuais e jogado pelo atleta de Altinópolis, que tem 100% de cegueira, a Federação Internacional de Xadrez (Fide) criou algumas adaptações. O tabuleiro que Crisolon usa possui as casas perfuradas, permitindo que as peças se encaixem no centro de cada uma, além das casas pretas em alto relevo, para se distinguir das brancas. Para diferenciar a cor das peças, existe um detalhe semelhante a um pino em cima das peças brancas, destacando-as das pretas. Sem ajuda Durante uma partida, o enxadrista arma seu tabuleiro adaptado ao lado do oficial e apenas narra seu lance ao adversário, que movimenta as peças por ele. Como em toda competição o atleta é obrigado a escrever as jogadas, Crisolon utiliza um gravador para registrar as sequências de seus movimentos. – Os adversários colaboram, mas não ajudam. A cordialidade é uma das coisas que mais me encanta no xadrez, onde somos rivais apenas durante a partida. O xadrez talvez seja o único esporte em que um deficiente visual consiga, com poucas adaptações, jogar de igual para igual com quem tem a visão normal – comenta Crisolon. Técnico e amigo de Crisolon há mais de 30 anos, Nelson Castelo Branco afirma que a cara fechada do jogador durante a partida não condiz com a realidade. – Ele chegou onde está por ser um curioso e estudioso do xadrez. É preciso deixar claro que ele não é ajudado por ninguém e chega a jogar até mais rápido do que outros enxadristas – diz Nelson. Normalmente atraindo uma aglomeração de curiosos em torno da mesa onde está jogando, Vilas Boas pretende deixar um importante legado para a próxima geração: o xadrez como fator de inclusão social. – Nunca sofri discriminação ou preconceito no xadrez, sempre fui muito respeitado por meus colegas de modalidade – ressalta o enxadrista. fonte:globo sporte

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