sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
ONG trabalha a inclusão social de deficientes visuais em Itapeva, SP
Entidade atende mais de 100 pessoas de toda a região. Entre as atividades oferecidas estão cursos de braile e profissionalizantes.
da Redação
Em Itapeva (SP), as pessoas que têm algum tipo de deficiência nos olhos contam com uma entidade que busca promover a inclusão social dos atendidos. O trabalho
da Associação Luz da Visão ainda abrange a preparação para o mercado de trabalho.
Uma das pessoas atendidas na instituição é a estudante Letícia Fernanda de Oliveira. Ela é estudante de marketing e professora de braile na ONG. Quando
criança, perdeu a visão, mas afirma que isso nunca foi um problema. A jovem tem planos para o futuro. “Tenho muita vontade de trabalhar com telemarketing.
Não só trabalhar com telemarketing, mas também trabalhar como professora. Não enxergamos com os olhos , mas por não ter a visão a gente também tem que
mostrar a capacidade, mostrar que a gente é capaz e que consegue”, comenta.
A Luz da Visão atende a mais de 100 deficientes visuais de toda região e é referência também em todo o estado pelo trabalho desenvolvido. A assistente
social responsável pela entidade explica que são trabalhados diversos aspectos para dar mais qualidade de vida ao deficiente. “Nosso trabalho é desenvolver
a capacidade e as habilidades do deficiente. Também temos um trabalho diferenciado na inserção social e no mercado de trabalho. No caso dos deficientes,
eles podem aprender reflexologia e massoterapia. A entidade Luz da Visão foi criada para o exercício da dignidade e da autonomia. Acredito que eles têm
mostrado isso para toda a sociedade”, comenta.
Quem também frequenta a entidade é o aposentado Altamir Pereira, de 56 anos. Ele explica que há 16 perdeu a visão por conta do diabetes, mas aprendeu a
massoterapia na entidade e encontrou um caminho para uma nova vida. Foi a chance de um recomeço. “Além da mobilidade que nós aprendemos aqui, que é caminhar
sozinhos, eu também aprendi o braile, ou seja, alfabetizei-me de novo. Tive a iniciativa com a informática também. A perda da visão é uma realidade, mas
não me abato por isso não”, diz.
A entidade também oferece aprendizado musical e um dos atendidos é o estudante Guilherme da Silva Motta. “Gosto de música desde pequeno. Fui influenciado
diretamente pela família que sempre gostou e vivia com rádio ligado. Isso foi entrando na minha cabeça de certo modo que eu já não me desvincular.”
Exemplo
Além de frequentar a associação para as aulas de música e outras atividades específicas ao deficiente visual, o estudante Guilherme também é lutador de
jiu-jitsu. A equipe da TV TEM acompanhou o jovem em uma das aulas. No local é possível perceber que o jovem não tem limitação. De acordo com ele, a luta
possível aos cegos. “O jiu-jitsu é uma luta possível para mim porque tem contato com o adversário. Lutamos bem de perto, muito próximo, diferentemente
das outras lutas em que não se tem contato corporal. Nas outras eu não conseguiria me defender”, explica.
O professor de artes marciais Carlos César Goulart afirma que a prática do jiu-jitsu é possível a todas as pessoas. “É uma arte marcial que cabe para todas
as pessoas, independente das suas limitações ou não. No caso do Guilherme, a mesma aula que dou para os demais é feita para ele. Não é preciso adaptar,
não tem que alterar em nada. Isso porque o jiu-jitsu é percepção, ele vai além da visão”, ressalta.
fonte:g1
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