segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Teatro para todas as pessoas

A campanha "Teatro Acessível: arte, prazer e direitos",promove, desde 2003, apresentações especialmente elaboradas para pessoas com deficiência. da Redação É hora de abrir a cortina do teatro brasileiro para todas as pessoas. Para quem não enxerga, não ouve, tem dificuldade em se locomover, não sabe ler. Esse é o mote da campanha "Teatro Acessível: arte, prazer e direitos", que promove, desde 2003, apresentações especialmente elaboradas para pessoas com deficiência. A iniciativa, que tem apoio do Ministério da Cultura (MinC), é da organização não governamental Escola de Gente, criada pela jornalista e escritora Cláudia Werneck. Nas peças organizadas pela Escola de Gente, a acessibilidade começa antes do espetáculo. Todo o local é preparado para receber pessoas com deficiência física ou mobilidade reduzida – rampas, elevadores de acesso, espaço para cadeira de rodas na plateia, banheiros adaptados. Há atendimento prioritário na fila e na entrada. Pessoas cegas ou com baixa visão, 30 minutos antes do início da peça, são convidadas a subir ao palco para tocar o cenário. Todo o material impresso, como folders, livros e programas, têm versão em braile e em letra ampliada. Profissionais de audiodescrição, instalados em cabines, fazem a narração das informações mais importantes para a compreensão do espetáculo. As peças também contam com intérpretes de Libras e projeção de legendas em TV ou tela. "A arte precisa ser acessível a todas as pessoas. É essencial garantir mais autonomia e participação de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e baixo letramento na vida cultural de suas cidades", afirma a coordenadora de Comunicação e Projetos Culturais da Escola de Gente, Verônica Cobas. "Essa preocupação com a acessibilidade está na raiz da nossa organização. Todos aqui abraçaram e são agentes desta causa tão importante", destaca a coordenadora. Os espetáculos da campanha Teatro Acessível são encenados pelo grupo Os Inclusos e os Sisos, criado pela atriz Tatá Werneck, filha da criadora da Escola de Gente. Mais de 60 mil pessoas já assistiram às apresentações do grupo, sempre gratuitas. Atualmente, o grupo promove a oitava circulação de teatro acessível pelo Brasil. Até 4 de outubro, seis cidades brasileiras assistirão à peça "Ninguém mais vai ser bonzinho – em esquetes", que conta com patrocínio da Lei Rouanet. Já foram realizadas apresentações em Açailândia (SP), Governador Valadares (MG) e Itabirito (MG). As próximas cidades serão Mangaratiba (RJ), no dia 23 de setembro; Campo Grande (MS), nos dias 29 e 30 de setembro; e Marabá (PA), nos dias 2 e 3 de outubro. "Os espetáculos estão sendo um enorme sucesso. Em Açailândia, por exemplo, esperávamos 100 pessoas e apareceram, nas duas apresentações, cerca de 750", conta Verônica. Além das peças, informa a coordenadora, a Escola de Gente também está promovendo nas cidades oficinas de teatro acessível e seminários sobre acessibilidade e diversidade com formato de jogos teatrais. No dia 24 de outubro, a Escola de Gente estreará outro espetáculo acessível. O musical rock "Um amigo diferente?" ficará em cartaz até 14 de dezembro no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro. Serão 26 apresentações gratuitas. Baseada em livro homônimo da jornalista Cláudia Werneck, a peça foi apresentada pela primeira vez em 2011 e se tornou símbolo da campanha Teatro Acessível: arte, fonte:ministerio da culturaprazer e direitos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário