quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Seminário internacional aborda mobilidade urbana em São Paulo

O tema é desafio em todas as grandes cidades do mundo por se tratar não apenas de adaptações físicas, mas de promoção da mudança de hábitos pessoais Imagem do post A Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SPObras) realizou terça-feira, 9 de setembro, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, o Seminário Internacional de Mobilidade Urbana para discutir um tema que é desafio em todas as grandes cidades do mundo por se tratar não apenas de adaptações físicas, mas de promoção da mudança de hábito das pessoas. Como parte de Oficinas Temáticas, iniciadas em junho de 2013, o seminário teve como fio condutor responder às necessidades da sociedade e às adequações permanentes que uma cidade como São Paulo demanda. O evento contou com as palestras do arquiteto urbanista e engenheiro belga Marcel Smets; Eduardo Alcântara, da Associação Nacional de Transportes Públicos; Silvana Cambiaghi, arquiteta da Comissão Permanente de Acessibilidade – órgão vinculado à Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida; Tácito Silveira, da Secretaria Municipal de Transportes; e Suzana Leite, da Companhia de Engenharia de Tráfego. Em sua explanação sobre “Passagens: lugares de encontro para vencer as barreiras das obras de infraestrutura urbana”, Marcel Smets falou que uma das problemáticas atuais está nos pontos de sobreposição de modais (metrô/trem/ônibus) que são desarticulados e sem mobilidade adequada. Usando como base cases de sucesso em países europeus e asiáticos, Smets sugere passarelas para combinação de redes de transportes que possuam intervenções artísticas, cores, luminosidade, pontos comerciais e espaços de reunião pública. “É preciso fragmentar essas interligações entre as diversas esferas de transporte de modo que elas se tonem emblemáticas para serem sempre lembradas e escolhidas pelos pedestres”, afirmou. Na questão de mobilidade urbana, enquanto a população da capital paulista cresceu 7,9% na primeira década deste século, o número de carros aumentou 68,2%. Considerando-se esses números, disponibilizados pelo Observatório das Cidades, Eduardo Alcântara faz um comparativo entre os espaços ocupados por um pedestre, bicicleta, motocicleta, carro e ônibus. E conclui algo que se mostra óbvio: Embora São Paulo possua 17 mil km de vias e 4 milhões de carros; os cerca de 500 mil automóveis que saem às ruas por dia já são suficientes para causarem congestionamentos. Para Alcântara, a resolução desse problema demanda mudança de hábitos individuais. “Uma pessoa caminhando ou dentro de um ônibus ocupa apenas 1m², enquanto um carro utiliza 30m² do ambiente. Sendo assim, a pretensão pelo transporte coletivo ameniza os impactos causados pela poluição, acidentes e reduz o tempo que se gasta nos deslocamentos diários”, disse. Discorrendo sobre a quebra de barreiras atitudinais e no ambiente, Silvana Cambiaghi citou a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Política Nacional de Mobilidade Urbana e o Plano Municipal de Ações Articuladas para Pessoas com Deficiência – São Paulo Mais Inclusiva. De acordo com Silvana, todas essas esferas preveem uma acessibilidade de caráter universal; onde o espaço não deve ser mais projetado para um tipo de homem padrão, mas convergindo para os traços de um desenho universal. “O ambiente deve contemplar um ciclo de mobilidade que integre pessoas com e sem deficiência, obesos, gestantes, mães com crianças de colo; enfim, facilite o ir e vir de todos”, salientou. Na pauta, também foram abordadas as construções dos novos sistemas viários em várias regiões da cidade, corredores exclusivos para os ônibus, novos terminais, ciclovias e ciclofaixas, semáforos inteligentes, e novos equipamentos urbanos. Objetiva-se com a realização desse seminário e das referidas oficinas temáticas o aperfeiçoamento técnico dos agentes públicos da prefeitura, de modo a promover e aplicar novos conceitos e capacidades técnicas na gestão de um plano de mobilidade urbana de grande envergadura na cidade de São Paulo. fonte:s m p e d

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