sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Jogos Paraolímpicos no Brasil devem incentivar setor

Após terminarmos em sétimo lugar nos Jogos de Londres, os atletas paraolímpicos almejam um desafio ainda maior: ficar entre os cinco primeiros colocados no quadro de medalhas em 2016. Thais Freitas do Vale Após terminarmos em sétimo lugar nos Jogos de Londres, os atletas paraolímpicos almejam um desafio ainda maior: ficar entre os cinco primeiros colocados no quadro de medalhas em 2016. Porém, essa meta exige maiores investimentos e os recursos destinados às modalidades adaptadas são relativamente baixos se comparados com os dos atletas olímpicos. Parcerias públicas e privadas têm sido feitas com o objetivo de alavancar recursos. O Ministério do Esporte firmou convênio com o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) para atender a 16 modalidades, com um investimento de aproximadamente R$ 39,4 milhões. Segundo o Ministério do Esporte, as seleções contempladas serão: atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha, ciclismo, esgrima em cadeira de rodas, futebol de 5, futebol de 7, goalball, halterofilismo, judô, natação, remo, rúgbi em cadeira de rodas, tiro esportivo, voleibol sentado e vela. Somente no último ciclo olímpico, o financiamento vindo da Lei Piva, da Lei de Incentivo ao Esporte e do apoio dos governos estaduais e patrocinadores saltou de R$ 77 milhões para R$ 165 milhões, segundo o Movimento Down. Um exemplo de patrocínio é o da Nissan do Brasil, que é a primeira parceira comercial dos Jogos Paraolímpicos Rio 2016 na categoria automóveis. Segundo a Confederação Brasileira de Triathlon, ao invés da doação direta de recursos, ela proverá cerca de 2 mil veículos, sendo que 270 modelos serão adaptados para transportar portadores de necessidades especiais. Para Ary José Rocco Júnior, professor da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, o esporte para deficientes recebe baixos investimentos no Brasil, mas esse cenário deve mudar com os Jogos Paraolímpicos, que incentivarão o setor. Ele aponta que o esporte adaptado é muito menos conhecido do que deveria ser, mas que já houve progresso na relação dele com os veículos de comunicação. Por exemplo, os Jogos Paraolímpicos de Londres foram transmitidos diretamente para uma emissora de canal fechado — o SporTV transmitiu pela primeira vez as competições ao vivo. Antes disso, o Comitê Paraolímpicos Brasileiro (CPB) comprava os direitos de transmissão e dava gratuitamente para as emissoras de TV, porque interessava a ele divulgar o esporte adaptado. Já em 2012, isso não foi necessário, pois pela primeira vez uma emissora comprou os direitos, vendo nisso uma transmissão rentável. Assim, o professor conclui que o esporte adaptado ainda não possui a importância que pode alcançar, mas há evoluções provocadas por diversos fatores. Um deles é que a sociedade cobra das empresas responsabilidade social, de forma que cresça o investimento em esportes dessa natureza. Outro aspecto é que quando o governo obriga as empresas a terem uma porcentagem de deficientes entre os seus funcionários, elas também contribuem com o esporte paraolímpico, pois sendo contratadas elas passam a ter poder aquisitivo, sendo potenciais consumidores. Assim, o esporte paraolímpico também passa a ser um produto para elas consumirem, o que pode explicar o interesse da mídia. O fato de os Jogos ocorrerem no Brasil incentiva esse processo. Lei A Lei nº 8.213, de julho de 1991, estabelece cotas para a contratação de portadores de deficiência física. O decreto nº 3.298, de dezembro de 1999, estabelece normas para a integração dos deficientes para o mercado de trabalho. O número de contratados depende do porte da empresa: cota de 2% para empresas que possuem de 100 a 200 funcionários e de 5% para as que possuem mais de 1001 empregados. A fiscalização é feita pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Em caso de descumprimento, o valor da multa varia de acordo com o número de deficientes não contratados. Uma pessoa deficiente não contratada resulta no valor de R.101,75 por mês, segundo o Deficiente Online. História As primeiras competições esportivas para deficientes físicos (a maioria militares feridos na Segunda Guerra Mundial) ocorreram em em Stoke Mandeville, na Inglaterra. A primeira vez que se caracterizou as competições como “Jogos Paraolímpicos” foi em 1960 em Roma, Itália. Em 1976, 40 países participavam. A fundação do Comitê Paraolímpico Internacional se deu em 1989. A primeira vez que os comitês organizadores dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos trabalharam juntos foi em 1992, nos Jogos de Barcelona. fonte:Agência Universitária de Notícias

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