segunda-feira, 21 de julho de 2014

Os óculos que dão voz

Tecnologia desenvolvida por investigadores portugueses pretende melhorar a comunicação de pessoas com doenças incapacitantes. Carolina Rico Uma equipa portuguesa de investigadores desenvolveu o EyeSpeak: uns óculos especiais que permitem a pessoas com doenças incapacitantes comunicarem com os olhos. Como? Esta tecnologia criada pela LusoVU /LusoSpace projecta um teclado virtual no campo de visão do paciente. Depois, uma microcâmara apontada aos olhos permite monitorizar a sua posição e perceber qual a tecla seleccionada, isto é, aquela para onde o paciente está a olhar. Após escrever uma palavra ou conjunto de palavras, o paciente poderá seleccionar o botão “falar” que irá traduzir em fala o que foi escrito através do altifalante integrado. A análise do movimento ocular, mas também pode ser utilizada como um rato virtual para, por exemplo, aceder à internet. A LusoVU /LusoSpace, empresa ligada à indústria aeroespacial, lançou uma campanha de crowdfunding (financiamento colectivo online) para conseguir colocar no mercado o EyeSpeak. Este é o primeiro sistema móvel e autónomo de comunicação com o olhar, ou seja, ao contrário de outras tecnologias semelhantes, não precisa de estar ligado a um computador para funcionar, nem de ser calibrado. 100 letras por minuto O presidente executivo da LusoVU /LusoSpace conhece bem as dificuldades em lidar com doenças que impedem a comunicação. O pai de Ivo Vieira sofre de esclerose lateral amiotrófica, a mesma condição do físico Stephen Hawking, que afecta a mobilidade, o impede de se mexer, falar, escrever, mantendo a capacidade cognitiva. “Além do conhecimento elevado que temos deste tipo de tecnologia, o facto de eu viver a situação do meu pai ajuda-me perceber a dificuldade que é comunicar com ele”, justifica. “Quando uso uma tabela, a escrita faz-se a quatro letras por minuto, e com este sistema prevejo que possa fazer-se a cem letras por minuto, portanto estou confiante na capacidade deste produto melhorar a qualidade de vida das pessoas que têm estas limitações.” Cerca de dois milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de esclerose lateral amiotrófica, distrofia muscular, tetraplegia, lesão cerebral traumática, e outras doenças que impactam de forma drástica a comunicação. A campanha de crowdfindng já angariou 18.871,14 euros, tem agora 22 dias para atingir o total pedido de 110.269,27 euros. fonte:Renascença

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