domingo, 16 de fevereiro de 2014

PTI apoia pesquisa para a construção de tabela periódica para deficientes visuais

A proposta consiste na elaboração de um material resinado para que o aluno com deficiência possa tocar e ter melhor compreensão sobre os elementos periódicos. da Redação Um projeto que permitirá que deficientes visuais aprendam os elementos da tabela periódica está sendo desenvolvido por estudantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo. A proposta, que conta com o apoio do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), por meio do fomento de bolsas de pesquisa, consiste na elaboração de um material resinado para que o aluno com deficiência possa tocar e ter melhor compreensão sobre os elementos periódicos. De acordo com o professor Marcos Freitas de Moraes, coordenador da pesquisa “Ensino da Química: a Distribuição Eletrônica e a Tabela Periódica para Alunos com Deficiência Visual”, a ideia surgiu em 2008 durante um curso sobre inclusão oferecido pelo Programa Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais (PEE), na Unioeste, campus de Cascavel. “Infelizmente o projeto foi interrompido em 2009, mas voltou em 2013, devido ao interesse de uma das acadêmicas envolvidas na pesquisa”, explicou. Em maio de 2013 a equipe, composta por cinco acadêmicos do curso de Química da Unioeste, retomou as atividades. O projeto foi um dos contemplados no edital de apoio à pesquisa, lançado em 2013 pelo PTI em parceria com a Fundação Araucária, e receberá um recurso de R$ 72.980,00. Esse valor é destinado para o pagamento das cinco bolsas de iniciação científica dos acadêmicos e para a aquisição de equipamentos e materiais para a construção do protótipo. A primeira ação realizada foi uma palestra com Luzia Alves da Silva, coordenadora do Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas Cegas e com Visão Reduzida de Cascavel. A ação apresentou o projeto à Universidade e esclareceu sobre dificuldades de trabalhar com alunos que possuem deficiência visual. O grupo também realizou uma reunião com a diretoria e os professores do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBEJA), local escolhido para desenvolver o trabalho com os alunos que possuem deficiência visual. “Nessa etapa, realizamos e discutimos um plano de ensino, para a abordagem dos alunos e formas didáticas para a introdução da tabela periódica”, disse Moraes. Agora, os pesquisadores deram início à construção do material resinado para a tabela periódica, que será montada como um quebra-cabeça, dividida entre os diversos elementos. Posteriormente, o material será apresentado aos alunos. O apoio recebido do PTI, por meio do financiamento das bolsas de pesquisa, foi considerado fundamental para o desenvolvimento da pesquisa. "Este trabalho não seria colocado em prática se não fosse pelo apoio e incentivo do PTI. As bolsas de pesquisa têm grande importância dentro de um projeto, pois auxiliam nos gastos individuais e pagamentos de assinatura de revistas especializadas e indexadas. Com isto, o PTI colabora com o crescimento individual e na formação de qualidade das acadêmicas que participam do nosso projeto", afirmou o docente. Ações semelhantes O material resinado tem mais resistência e é considerado prático para a manipulação em comparação com os livros escritos em braile. O Instituto Benjamin Constant, localizado no Rio de Janeiro, oferece materiais didáticos em braile feitos com o material. “No Instituto são encontrados livros com ilustrações, tabelas periódicas e materiais não somente da área da química, mas de todas as outras, facilitando a introdução e compreensão dos assuntos abordados durante a vida escolar”, reforçou o professor. Para o docente, esses materiais servem como recursos importantes para a atividade escolar. “Alunos que precisam de uma atenção especial muitas vezes deixam de aprender por falta de materiais didáticos e/ou por falta de preparo dos professores em trabalhar com estudantes que possuem algumas necessidades especiais”, disse. Moraes destaca que, normalmente, a formação do professor não conta com o aprendizado da educação especial, o que resulta em dificuldades para lidar com essas situações. Ele cita o próprio exemplo: “tive uma aluna com problema degenerativo na visão. Notava que ela olhava para o quadro mas não entendia, tinha que sentar ao seu lado e fazer um acompanhamento pessoal e, com isso, a turma começava a se dissipar”. “A prática nos leva à experiência. Com o tempo fui corrigindo minhas falhas e fazia com que ela participasse bem mais das aulas”, complementou. Apoio à pesquisa Além desse projeto, outros 10 grupos de pesquisa foram contemplados pelo edital lançado pelo PTI e pela Fundação Araucária. São quatro grupos de Toledo, três de Foz do Iguaçu e um de Palotina, de Medianeira, de Guarapuava e de Curitiba. O PTI também oferece linhas de financiamento à pesquisa em diversas modalidades e para diferentes públicos, que já beneficiaram mais de mil pesquisadores. O apoio pode ser concedido a acadêmicos e pesquisadores de todas as instituições de ensino superior, públicas e privadas, do Paraná. Para participar das linhas de fomento, os interessados devem estar atentos à divulgação dos editais, publicados no site do PTI ( www.pti.org.br/oportunidades). Dúvidas referentes aos Editais poderão ser esclarecidas pela equipe do programa de CT pelos telefones 3576-7092 ou 3576-7093, ou pelo e-mail: ptict@pti.org.br. FONTE:c b n

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