sexta-feira, 17 de maio de 2013

Curso ajuda na qualificação de deficientes físicos em Araçatuba, SP

Além do preconceito, pessoas com necessidades especiais também tem dificuldade para se qualificar para o mercado de trabalho. Em Araçatuba (SP), um curso profissionalizante tenta mudar isso, com noções básicas para quem pretende trabalhar como atendente ou auxiliar administrativo. A possibilidade de encontrar um emprego melhora a autoestima dos estudantes. A vida da cadeirante Elisena Bertoldo nunca foi fácil. Até bem pouco tempo atrás, a rotina dela se resumia a ficar dentro de casa. Se fazer as coisas mais simples do dia a dia, já era complicado, ir em busca de um emprego então. “Ficava só em casa, assistindo televisão, internet. Nunca trabalhei, tinha receio de ir e não ia atrás de um emprego“, afirma. Contratar deficientes é uma obrigação de toda empresa com 100 ou mais funcionários. As cotas são definidas de acordo com a quantidade de colaboradores. Se uma indústria, por exemplo, quer ter 650 funcionários, ela precisa, dentro desse número, ter 26 colaboradores com algum tipo de deficiência. A multa para quem não cumpre a regra pode superar os R$ 115 mil. Mesmo assim, muitos empresários não conseguem cumprir a regra. O motivo? Falta de qualificação. “Às vezes o próprio deficiente vai para a empresa, não passa na experiência por não ter capacitação”, diz o presidente da Associação dos Deficientes Físicos Expedito da Silva Massaro. Para diminuir esse problema, o Ministério do Trabalho e a prefeitura de Araçatuba criaram um curso de capacitação profissional voltado aos deficientes físicos. A ideia é trazer conhecimento e novas oportunidades aos alunos. Ao todo, 15 pessoas têm frequentado as aulas, direcionadas às funções de atendente e auxiliar administrativo. A professora Fernanda Fernandes, também deficiente visual, é uma das professoras. Ela reconhece a importância da iniciativa. “Dentro do que tenho observado, as aulas fortalecem o lado emocional para enfrentar os desafios de entrar no mercado de trabalho, além do conhecimento técnico”, diz. Cinira Pereira, que é coordenadora do curso, explica que um dos grandes adversários dos deficientes é a falta de informação. Muitos acreditam que podem perder o benefício que ganham do governo se conseguirem um emprego. “Quando a pessoa começa a trabalhar na empresa, ela tem o benefício suspenso, mas quando ele sai da empresa, é demitido, ele imediatamente retoma o serviço”, afirma. José Geraldo Fogolin é gerente de uma cooperativa, que mantém um supermercado em Araçatuba. No local, hoje trabalham nove deficientes, acima da cota exigida por lei. “Mesmo com a deficiente, eles têm uma dedicação enorme, o importante é tratá-los bem”, diz. Edenil Oliveira Santos é o responsável pelo monitoramento do local. Para ele, mais do que um simples salário, o trabalho garante valorização pessoal e dignidade. “A gente se sente mais útil, a vida muda bastante, não ficamos mais em casa sem ter o que fazer”, diz. Para esse curso a turma já foi fechada, mas a prefeitura e a Associação de Atendimento aos Deficientes Físicos informaram que pretendem abrir novas vagas durante esse ano. fonte g1

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