Projeto capacita deficientes visuais para o mercado de trabalho

Para ajudar quem necessita de trabalho, um projeto no hospital Próvisão, de
São José dos Campos,
oferece capacitação e recolocação no mercado a deficientes visuais.

Cerca de 30 pacientes estão fazendo cursos de qualificação no hospital. Os deficientes visuais têm aulas de mecanografia (aulas de como escrever em braile),

o soroban (aprender a fazer cálculos) e espanhol. No laboratório de informática há um programa de áudio para usar o computador e navegar na internet.

A paciente Evelyn Kim Grossi descobriu que era deficiente visual ainda quando era criança e teve uma doença degenerativa. Com o passar do tempo, a dificuldade

em enxergar foi aumentando. Hoje, aos 20 anos, a jovem tem apenas 20% da visão.

Mesmo não tendo toda a visão, Evelyn trabalha há um ano como recepcionista. Para conseguir o emprego foi necessário realizar um curso de qualificação oferecido

pelo hospital. “Hoje em dia o mercado de trabalho visa muito o conhecimento. Então, através disso a gente tem mais possibilidade de entrar no mercado de

trabalho”, disse Evelyn.

“Quem sabe daqui uns dias eu vou para fora do país, posso me comunicar com outras pessoas e depois de sair daqui eu possa fazer um espanhol mais avançado”,

disse a paciente Luma Kamilla.

Além das aulas oferecidas pelo projeto, os deficientes recebem orientações sobre mobilidade e com isso ganham autonomia para se locomoverem sozinhos.

De acordo com a gerente do Centro de Reabilitação, Carla Paes, muitas empresas não contratam deficientes por desconhecerem a potencialidade das pessoas.

“Muitas empresas não contratam por desconhecimento em alguns casos. Algumas, por exemplo, não sabem das potencialidades das pessoas com deficiência visual

“, explicou Carla.

Em parceria com o Ministério Público do Trabalho, o projeto busca oportunidades de emprego para os pacientes nas empresas da região. “Não só indicamos,

mas acompanhamos por um período de até três meses na empresa”, disse Carla.

Com a qualificação no currículo, os deficientes começaram a sonhar mais, segundo os pacientes. “Eu quero me qualificar para me recolocar no mercado de

trabalho. Tem gente que acha que perdeu a visão e acabou o mundo e não é isso, a visão é apenas um detalhe”, disse Raul Gabriel.

As vagas do projeto para este ano já foram preenchidas, mas os interessados podem procurar o hospital para se informar e ficar na lista de espera para

o próximo ano.

Vagas
No Vale do Paraíba existem 70 oportunidades de trabalho para os deficientes, sendo 50 delas em São José dos Campos, para operador de telemarketing. As

inscrições podem ser feitas pela internet, no sistema do
emprega São Paulo.

  fonte g1