sábado, 23 de março de 2013

LUPA ELETRÔNICA PARA PORTADORES DE VISÃO SUBNORMAL

Agência FAPESP- As pessoas com visão abaixo de 10% ou com visão subnormal
que enxergam em um campo de visão entre 5% a 30% do normal dispõem agora
de um novo dispositivo para lhes auxiliar a ler e a escrever.
A empresa de base científica Bonavision, incubada no Centro de Inovação,
Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), na Cidade Universitária, em  São
Paulo, desenvolveu uma lupa  eletrônica  com  foco  variável  e  com  um
recurso tecnológico que permite ao usuário escrever ou desenhar.
O produto é o quarto lançado pela empresa. O primeiro, em 2008, foi  uma
lupa especial para leitura, que amplia textos em cinco vezes, e  diminui
as distorções, permitindo a  visualização  das  palavras.  Em  2009,  os
pesquisadores da empresa lançaram uma prancha  de  leitura  acoplada  à
lupa eletrônica.
Agora, por meio de um sistema de zoom, o equipamento oferece ao  usuário
um aumento de imagem 10 a 80 vezes maior, conforme sua  necessidade.  E,
posicionando uma caneta ou lápis debaixo da câmera de vídeo colorida, de
alta sensibilidade e com controle automático de  iluminação,  o  usuário
pode escrever ou desenhar, podendo ver a imagem projetada em uma tela de
televisão ou computador.
Essa inovação representa um grande avanço para estudantes ou idosos  com
problemas de visão ou para deficientes visuais que trabalham em empresas
e precisam, além de ler, que  é  uma  atividade  relativamente  passiva,
também escrever, disse José  Américo  Bonatti,  pesquisador  da  Clínica
Oftalmológica do Hospital das  Clínicas  da  Faculdade  de  Medicina  da
Universidade de São Paulo (USP) e um  dos  diretores  da  Bonavision,  à
Agência FAPESP.
O projeto anterior, intitulado  Prancha  de  leitura  acoplada  à  lupa:
<
http://www.bv.fapesp.br/pt/projetos-de-pesquisa/31270/prancha-leitura-

-acoplada-lupa/>,
contou com apoio da FAPESP por meio do Programa  Pesquisa  Inovativa  em
Pequenas Empresas (PIPE). O pedido de patente nacional  e  internacional
tem auxílio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual (PAPI).
De acordo com Bonatti, as atuais inovações  incrementais  realizadas  no
equipamento surgiram por meio de  uma  avaliação  de  demandas  clínicas
feitas por pacientes. Em pesquisas,  eles  apontaram  que,  além  de  um
aumento maior do que a lupa eletrônica proporciona, gostariam que o foco
fosse varià¡vel para aumentar menos o tamanho da fonte de um texto de um
livro, por exemplo, e ter maior visão de conjunto da página.
Para  possibilitar  esse  recurso,  os  pesquisadores  desenvolveram  um
sistema                                                               de
 zoom que, além do aumento da fonte de texto, possibilita que o  usuário
possa escrever e desenhar sob ele.
Como o sistema exige espaço para manter a distância focal em  relação  à
pagina de uma publicação e permitir a variação de aumento  de  foco,  os
pesquisadores utilizaram esse espaço para possibilitar o encaixe da  mão
do usuário, permitindo que ele possa escrever ou desenhar e ver a imagem
projetada em uma tela de  televisão  ou  de  computador.  Essa  inovação
representou um salto tecnológico maior do que o que  nós  demos  com  os
produtos anteriores, disse Bonatti.
Segundo ele, os aparelhos importados já dispõem desse sistema  de  zoom.
Entretanto, o equipamento brasileiro apresenta a vantagem  de,  além  de
ser mais sofisticado, ter um preço equivalente a  menos  da  metade  dos
concorrentes estrangeiros, e oferecer mais conforto e ergonomia.
Além disso,  ao  contrário  dos  produtos  importados,  é  o  único  que
possibilita acompanhar uma linha horizontal de um texto  com  segurança,
pois a câmera de vídeo se movimenta em um trilho metálico de uma prancha
de leitura com a movimentação voluntária da mão  do  usuário,  que  pode
estar sentado à mesa, em um sofá ou até mesmo em uma cama.
Desenvolvemos uma tecnologia que possibilita a independência, a eficácia
e o controle do  usuário  do  equipamento  por  meio  de  seu  movimento
voluntário. Isso nenhum aparelho similar no mundo apresenta, afirmou.
O produto foi lançado no  fim  de  julho  e  está  sendo  comercializado
inicialmente no mercado nacional, principalmente para escolas,  que  por
meio dele  podem  economizar  com  a  edição  de  livros  voltados  para
estudantes com deficiência visual.
O novo equipamento gera economia  para  as  escolas,  porque  elas  nà£o
precisam adaptar livro nenhum. Elas podem pegar um livro convencional  e
colocar embaixo da lupa para  aumentar  ou  diminuir  a  fonte.  E  isso
permite integrar, e não estigmatizar, o estudante com deficiência visual
com os outros colegas ao passar  a  não  mais  ser  visto  com  um  ente
especial, que está lendo um livro gigante, todo diferente do restante da
turma, comparou Bonatti.
De acordo com ele, o equipamento pode ser utilizado com  um  treinamento
mínimo e seu mecanismo de funcionamento é fácil de ser  entendido  pelos
usuários.
Mais informações:
www.bonavision.com.br.

 fonte Por Elton Alisson

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