segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Acessibilidade é problema sério em Sorocaba !

As normas de acessibilidade determinadas pela legislação são desenvolvidas em projetos e em obras públicas ou particulares. Porém, as falhas são visíveis

a olho nu. Em Sorocaba, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, existem 127 mil pessoas portadoras de algum tipo de deficiência.

O aposentado Magdo Donizete de Oliveira, 45 anos, que se locomove com uma cadeira de rodas há 12 anos, e o massoterapeuta Joaquim Gonsales Júnior, 52,

deficiente visual há 32 anos, toparam o convite do BOM DIA de apresentar os problemas de acessibilidade que existem no Centro.

Magdo ficou paraplégico após sofrer acidente em um elevador. Habituado com a cadeira, ele destaca que o desnível entre a rampa e o asfalto pode causar

uma grave queda. “Se é uma pessoa mais velha em uma cadeira não tem força para passar, pois as rodinhas travam em qualquer rebarba de asfalto.”

Outro ponto muito criticado é o poste de iluminação ou de sinalização no meio da rampa de acesso. Entre as ruas Sete de Setembro e Padre Luiz, o aposentado

passa com dificuldades.

Magdo também perdeu o equilíbrio diversas vezes na rua Miranda Azevedo devido a calçada esburacada. “Tenho de usar de artimanha para não cair da cadeira.

Se eu jogar o corpo um pouco para frente ou para trás, posso levar um tombo feio.”

A pior situação encontrada pelo aposentado é quando ele precisa entrar em alguma loja e não existe rampa. “Falta fiscalização”, adverte.
Para piorar, em algumas faixas de pedestres não há a inclinação. Um dos exemplos é a travessa entre as ruas Benedito Pires e Sete de Setembro, onde é impossível

um portador de deficiência atravessar. “É descaso conosco.”

O drama de joaquim
Joaquim utiliza a bengala roler para seguir o piso tátil instalado no Centro, mas vive esbarrando em contêineres de lixo e não chega ao seu destino.

Em qualquer ponto da cidade é possível ver as lixeiras em cima do caminho que orienta os deficientes visuais. Não existe piso tátil em torno da Praça Coronel

Fernando Prestes, impossibilitando assim o passeio.

O massoterapeuta participa de ações desenvolvidas pela Asac (Associação Sorocabana de Atividades para Deficientes Visuais), localizada na rua Sete de Setembro,

344.

Para chegar ao destino, no meio do caminho existe um semáforo sonoro, o único em Sorocaba, instalado na rua Miranda Azevedo, porém o aparelho apresenta

problemas. “É perigoso o semáforo apitar e estar aberto para os veículos. Isso pode causar um atropelamento.”

A deficiência de Joaquim surgiu há três décadas em um acidente de carro. “As pessoas têm de ter mais consciência. Não vejo obstáculos como galhos de árvores

ou um portão aberto. Todos têm de colaborar com o próximo.”

Transporte público conta com elevadores
O sistema de transporte coletivo de Sorocaba possui 86% de sua frota com elevadores para cadeirantes e usuários com dificuldades de locomoção. Já em se

tratando de acessibilidade para cadeirantes, a Urbes – Trânsito e Transportes diz que, conforme o que preza a NBR 9050 da ABNT (Associação Brasileira de

Normas Técnicas) – trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos – adapta as rampas conforme necessidade e a disponibilidade

da Secretaria de Obras, parceira no trabalho.

Para as pessoas com deficiência visual, continua a empresa pública, atualmente em Sorocaba duas botoeiras sonoras estão em período de testes.

Os aparelhos são cedidos pelo fabricante, o qual foi alertado do problema existente nas ruas Sete de Setembro e Miranda Azevedo.
Sobre as novas instalações, a Urbes alega que: “Não há previsão de curto prazo para a aquisição de botoeiras sonoras, haja vista que os materiais hoje

disponíveis não têm atendido a finalidade a que se propõem”.

Fiscalização
A Secretaria de Obras e Infraestrutura Urbana, por sua vez, diz que vem observando as normas de acessibilidade determinadas pela legislação em todos os

projetos desenvolvidos e obras públicas em andamento, sejam de reurbanização e implantação de espaços públicos; reformas, ampliações ou construções de

prédios públicos, como escolas, unidades de saúde, Centros de Educação Infantil, entre outros; implantação, duplicação e reurbanização de avenidas; além

de construções, reparos ou manutenções de calçadas. A obra no piso do Centro, por exemplo, teve um projeto específico referente à acessibilidade.

Com relação aos conteineres, a Secretaria de Obras afirma que vai rever as posições onde eles estão sendo colocados para remanejá-los.

 FONTE BOM DIA

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