terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Ações sociais de parques e atrações turísticas tentam mascarar a falta de acessibilidade!

Criança cadeirante brinca no Beach Park, porém ainda falta estrutura de acessibilidade
Criança cadeirante brinca no Beach Park, porém ainda falta estrutura de acessibilidade

Desde 2010, acontece anualmente em todos os parques e empreendimentos associados ao Sindepat, inclusive o Wet n Wild, o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência
em Parques e Atrações Turísticas (DNPD), que permite a entrada gratuita de pessoas com deficiência.

O 3º Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Parques e Atrações Turísticas ocorreu em 2012 nos seguintes parques:  HopiHari, O Mundo da Xuxa, Magic City
e  Wet n Wild no Estado de São Paulo; Mirabilandia, em Pernambuco; Alpen Park, no Rio Grande do Sul; Beach Parke, no Ceará; Ma-Noa Park, no Rio Grande
do Norte; Beto Carrero e Unipraiais, em Santa Catarina; Bondinho do Pão de Açúcar e Trem do Corcovado, no Rio de Janeiro; Hot Park, em Goiás; Complexo
Turístico de Itaipu e Cataratas do Iguaçu, no Paraná; e, Parque Ecológico Vale Verde, em Minas Gerais.

A maioria possui uma área de fácil circulação, por estar em áreas amplas e com espaço para circulação. Em relação à acessibilidade estrutural, como por
exemplo banheiros adaptados, balcões em alturas reduzidas, mesas e cadeiras em restaurantes entre outros, já se começa a perceber as falhas no conceito
mais qualificado do que é acessibilidade, afinal a acessibilidade não é somente dar condições que um cadeirante consiga entrar no estabelecimento.

As coisas se complicam ainda mais quando partimos para o que a essência de um parque de diversões, ou seja, os brinquedos. “Não conheço nenhum brinquedo
no Brasil, onde é possível à pessoa com deficiência ingressar sentado em sua própria cadeira de rodas, como acontece nos parques da Disney”, comenta Ricardo
Shimosakai, Diretor da Turismo Adaptado.

Além disso, como passar orientações para utilização de equipamentos a surdos, se não existe pessoas com compreensão da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS),
ou outro recurso alternativo? E como evitar situações, como por exemplo, de uma cega que foi impedida de ingressar na montanha russa juntamente com seus
filhos, devido à sua deficiência?

Realizar ações sociais como esta citada no início do texto, onde se reserva o estabelecimento especialmente para as pessoas com deficiência, é algo positivo.
Porém dar condições em somente um dia do ano, é puramente uma campanha de marketing, que tenta aliviar as falhas que os locais possuem, em proporcionar
visitação de forma independente pela pessoa com deficiência, na data e horário de sua escolha. As adequações não se fazem de um dia para o outro, e precisam
de profissionais especializados, porém a maioria desses parques, que já são alertados para esse problema há anos, não tomam iniciativa ou sequer colocam
isso em um planejamento.

Os parques de diversão poderão ter que eliminar barreiras arquitetônicas que dificultem o acesso de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida aos
brinquedos e às demais instalações. A medida está prevista no Projeto de Lei 4498/12, do deputado Major Fábio (DEM-PB), que aguarda análise na Câmara.

De acordo com a proposta, os parques também deverão disponibilizar pelo menos dois brinquedos especialmente projetados para a utilização por pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida.

“Este projeto de lei visa a colaborar com a acessibilidade em mais este aspecto, o do entretenimento, em um caminho continuamente construído para a total
inserção das pessoas com deficiência na nossa sociedade”, afirma o autor do projeto.

Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Seguridade Social e Família;
e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
 FONTE TURISMO ADAPTADO

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