sábado, 20 de outubro de 2012

Aparelho que facilita o embarque de deficientes visuais nos ônibus é testado em BHEquipamento faz comunicação entre o passageiro e o motorista do coletivo.!

Os testes serão realizados na llinha 4205 entre os dias 22 e 4 de novembro com 20 voluntários do Instituto São Rafael.

Cristiane Silva

Publicação: 18/10/2012 11:54 Atualização: 18/10/2012 12:20

O aparelho que fica com o passageiro é do tamanho de um celular, com uma tecla móvel. Através dele, é possível cadastrar as linhas de ônibus do usuário

com menus vocalizados pelo dispositivo. (Geraes Tecnologias Assistivas Ltda/Divulgação)
O aparelho que fica com o passageiro é do tamanho de um celular, com uma tecla móvel. Através dele, é possível cadastrar as linhas de ônibus do usuário

com menus vocalizados pelo dispositivo.
Diariamente, deficientes visuais enfrentam várias dificuldades para embarcarem no transporte público. Além dos obstáculos nas ruas, que vão desde buracos

nas calçadas até a grande quantidade de pessoas nos pontos, existe a necessidade de pedir a alguém que dê sinal de embarque para o coletivo. Para garantir

mais independência para esta parcela da população, será testado em Belo Horizonte um aparelho que promete garantir a comunicação dos passageiros com os

motoristas dos coletivos, facilitando o embarque.

O sistema DPS2000 permite que o deficiente visual acione o ônibus correto e seja avisado por um alarme sonoro quando o veículo se aproxima. Na capital,

20 voluntários do Instituto São Rafael aprenderão como usar o equipamento na tarde desta quinta-feira. Pela manhã, foi a vez dos motoristas da linha 4205

(Ermelinda-Salgado Filho), que contará com 13 ônibus equipados com dispositivos sonoros.

Segundo o diretor comercial da Geraes Tecnologias Assistivas, Adriano Rabelo Assis, o projeto do DPS2000 foi desenvolvido pela Universidade Federal de

Minas Gerais (UFMG) há mais de 10 anos, mas ainda não estava disponível por não haver viabilidade mercadológica. Criada em 2009, a empresa licenciou a

patente da universidade e, desde então, faz o desenvolvimento e comercialização do equipamento.

O sistema consiste em dois aparelhos: o transmissor, que fica com o usuário, e o receptor, instalado no ônibus. O aparelho que fica com o passageiro é

do tamanho de um celular, com uma tecla móvel. Através dele, é possível cadastrar as linhas de ônibus do usuário com menus vocalizados pelo dispositivo.

Ao chegar ao ponto de embarque, o passageiro escolhe a linha no aparelho e este emite um sinal que alcança 100 metros de distância.

Dispositivo sonoro instalado próximo à porta do coletivo informa, repetidamente, o número da linha quando o coletivo para no local de embarque e desembarque.

(Geraes Tecnologias Assistivas Ltda/Divulgação)
Dispositivo sonoro instalado próximo à porta do coletivo informa, repetidamente, o número da linha quando o coletivo para no local de embarque e desembarque.


Quando o coletivo entra na área de alcance, o auto-falante do receptor instalado no coletivo emite um bip avisando ao motorista que há um portador de deficiência

que quer embarcar no próximo ponto. Na parada, o dispositivo sonoro, que fica instalado próximo à porta, informa repetidamente o número da linha permitindo

que o deficiente visual se direcione para o local onde o veículo parou. O auto-falante só é desligado pelo passageiro, através do transmissor, após o embarque.


Adriano Assis reforça que mesmo sendo pensado inicialmente para os deficientes visuais, o DPS2000 pode trazer benefícios para outros públicos. “Apesar

do sistema a princípio resolver um problema que é evidente para o deficiente visual, ele pode ajudar idosos com baixa visão, analfabetos e deficientes

físicos”, explica.

Implantação

A primeira cidade a adotar a tecnologia foi Jaú, em São Paulo, no ano de 2010. Em seguida, o equipamento foi instalado nos coletivos de Araucária (PR),

onde mais da metade da frota, composta por 100 coletivos, já conta com o aparelho. Em Limeira (SP), todos os 130 ônibus receberão os equipamentos até o

início de novembro. Os testes na linha 4205 serão realizados entre os dias 22 e 4 de novembro, após um acordo firmado entre a Geraes, a Prefeitura de Belo

Horizonte, através da BHTrans e do Conselho Municipal das Pessoas Portadoras de Deficiência, o consórcio Transfácil e o Instituto São Rafael.

Maria Amélia de Fátima, aluna do Instituto São Rafael e que tem baixa visão, acredita que a nova tecnologia trará benefícios para os portadores de deficiência

visual, mas teme os custos sejam repassados para os usuários. “Será muito bom para nós nos locomovermos com mais agilidade, já que dependemos das pessoas

para parar os ônibus para nós. Só que a BHTrans quer vender esse aparelho, mas muita gente não possui renda e não recebe do governo”, afirma.

Sobre essa questão, o diretor comercial da Geraes Tecnologias Assistivas explica que, neste momento, as atenções estão voltadas para garantir o sucesso

do teste. Posteriormente, haverá uma avaliação tanto por parte dos usuários quanto pela BHTrans. Se a viabilidade for confirmada, o processo entra em uma

segunda etapa, onde vão discutir como a tecnologia será implantada na capital. Adriano Assis também afirma que os aparelhos nunca foram vendidos diretamente

para os usuários, pois as prefeituras dos municípios adquiriram o DPS2000 tanto para os ônibus quanto para os passageiros.
 fonte diario associados

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