terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pessoas com deficiência contam com recursos para assistir TV!!

Quatro meios de acessibilidade permitem entendimento da programação

Para ver televisão, Rubens de Oliveira usa a legenda oculta, que se tornou obrigatória com a norma 01/2006, do Ministério das Comunicações. “Antes, eu
não
entendia nada, via apenas as imagens. Como não tinha legenda na televisão, eu preferia alugar um DVD”, conta Oliveira, que nasceu com a Síndrome de Usher,

que combina surdez profunda e perda progressiva da visão. Agora, ele já pode assistir aos telejornais.

São quatro os recursos de acessibilidade na TV: legenda oculta (closed caption); dublagem (tradução dos programas em língua estrangeira); Libras (linguagem

de sinais) e audiodescrição (narração verbal do conteúdo, para pessoas cegas ou com baixa visão). A regulação foi resultado de uma consulta pública, que

ouviu todos os envolvidos no tema, principalmente as entidades representantes de pessoas com necessidades especiais e as emissoras de radiodifusão.

Fã de televisão, José Aurélio Oliveira precisou reaprender a curtir seus programas favoritos após ter perdido a visão há três anos por conta de um glaucoma

causado pelo diabetes. Vice-presidente da Associação de Amigos dos Deficientes Visuais do Distrito Federal, ele passou a estudar no Centro de Ensino Especial

de Deficientes Visuais do Distrito Federal, uma escola pública que atende tanto crianças quanto adultos.

Público - O Brasil tem mais de 45 milhões de pessoas com algum grau de deficiência visual ou auditiva, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010. A legenda oculta e a dublagem já estão em vigor desde 2008, seguindo o que determina a norma. Já a inserção

de uma janela (pequeno espaço delimitado no canto da tela) com um intérprete da Língua Brasileira de Sinais é obrigatória no horário político, em campanhas

institucionais do governo e de utilidade pública. A audiodescrição começou a vigorar em julho do ano passado e, atualmente, está disponível em 2 horas

de programação por semana.

A guia-intérprete Gisela Schneider, que dá aula de Libras para Rubens, diz que o ideal mesmo seria que a janela com a Língua Brasileira de Sinais estivesse

presente em toda a programação. Isso porque as pessoas com surdez têm o vocabulário mais restrito. Por estarem acostumadas a uma comunicação mais objetiva,

elas precisam fazer um grande esforço para entender tudo o que está nas legendas, como o uso de artigos e conectivos.

Ainda assim, Gisela observa, no cotidiano, os reflexos da acessibilidade na TV. Ela, que não tem o hábito de ver televisão, acaba sabendo de várias notícias

pelo aluno Rubens. “Ele briga comigo porque eu não assisto”, ri a professora.

Inclusão - É para remover esses empecilhos e tornar os recursos mais frequentes que o Ministério das Comunicações trabalha ao formular políticas para acessibilidade

na radiodifusão. “Existe toda uma cadeia envolvida, que vai desde o telespectador até o governo, as emissoras, os fabricantes de equipamentos e os produtores

de conteúdo”, diz Octavio Pieranti, diretor de Avaliação e Acompanhamento de Serviços de Comunicação Eletrônica do ministério.

Entre as medidas para tornar possível esse avanço, Pieranti destaca as negociações entre governo e indústria para que os aparelhos de TV já venham de fábrica

com o conversor digital embutido. Desde 2011, todos os televisores de plasma e LCD produzidos na Zona Franca de Manaus já saem de lá prontos para receber

o sinal digital. A medida é importante, já que a audiodescrição, por exemplo, só pode ser sintonizada por uma TV digital.
fonte pantanal news

Nenhum comentário:

Postar um comentário