sexta-feira, 8 de junho de 2012

internete!O acesso à internet banda larga não é o principal entrave da inclusão digital. Pelo menos quando se trata de pessoas com deficiência. Neste caso, as dificuldades vão muito além da conexão com a web. Tablets, smartphones, PC (Personal Computer) e notebooks são tecnologias que fazem parte do cotidiano do cidadão do século 21, mas, para operar estas tecnologias, são necessários, além do conhecimento técnico, manuseio e adaptação, palavras que soam simples para a maioria dos brasileiros, porém são as principais dificuldades de uma parcela da sociedade que precisa superar obstáculos todos os dias para lidar com a deficiência. No Pará Site externo. , pessoas com algum tipo de deficiência representam quase um terço da população, conforme revelou o Censo 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Site externo. Este percentual se refere a cerca de 1,7 milhão de cidadãos. Destes, 1,4 milhão possuem algum tipo de deficiência visual. Garantir que estes cidadãos tenham acesso ao mundo digital é um desafio, levando em conta os problemas enfrentados, tanto na distribuição de internet quanto na aplicabilidade de atividades e no gerenciamento de atividades inclusivas. Segundo o presidente da Associação das Pessoas Portadoras de Deficiência (APPD), Amaury Filho, o Estado ainda caminha com pernas bambas rumo à inclusão digital deste segmento. “Muita coisa no Pará ainda dificulta a implantação de ações que envolvam as pessoas com deficiência. Até as dimensões territoriais são uma problemática quando falamos em interiorizar a inclusão digital. Na capital, existem casas que proporcionam atividades inclusivas, com tecnologia de ponta, mas ainda representa muito pouco perto do número de pessoas que poderiam ser atendidas”, admite. Estas “casas” apontadas pelo presidente possuem materiais específicos para facilitar o aprendizado e adaptar os computadores para manuseio por qualquer pessoa. Em Belém Site externo. , a sede da APPD foi pioneira em fornecer ensino de informática com equipamentos de última geração. “Em parceria com o Senac, oferecemos aqui na sede cursos de informática, acesso à internet e inclusão. Mas o que tenho percebido é que ainda há falta de informação e interesse no sentido de ir atrás por parte das pessoas com deficiência. Por outro lado, nossos braços não atingem todo este contingente, ainda é preciso um esforço redobrado do poder público em todas as esferas, o que de fato ainda não há”, lamenta Amaury. PROGRAMA Segundo a coordenadora do infocentro do Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (CIIC), Adriana Sá, o espaço possui computadores e rede de internet do programa Navegapará, aliado à tecnologia assistida, proporcionada pela Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), para adaptar e facilitar o acesso. “Estamos preparados para receber qualquer tipo de deficiência. Mas, dentro da proposta de inclusão por meio do programa, somos o único centro a trabalhar neste sentido”. O infocentro faz parte do projeto de inclusão digital do Navegapará, realizado através da implantação de centros públicos de acesso à tecnologia da informação. Segundo Adriana, no local são recebidas pessoas com deficiências motora, visual e auditiva. Entre as pessoas assistidas pelas atividades do CIIC está o professor de língua portuguesa Raimundo Edivaldo Monteiro, 51 anos, que encontrou nas aulas de informática uma forma de tentar voltar ao mercado de trabalho. “Tenho feito o curso justamente para estar no nível de outros profissionais e aqui posso receber a atenção que não teria em outros cursos, já que os instrutores, por saberem das dificuldades, dão mais atenção. Utilizo um mouse adaptado e não tenho tido dificuldades em usar o computador”, comenta. Raimundo quebrou a clavícula após uma queda. “Os nervos do braço foram atrofiando e hoje tenho dificuldades no uso da mão esquerda. Em nenhum outro lugar eu teria a oportunidade que estou tendo aqui, sei que não teria esses recursos tecnológicos nem a paciência dos professores”, disse. Segundo Adriana Sá, desde que foi inaugurado, em junho de 2010, o espaço recebeu mais de 400 alunos. Mas, como alerta o presidente da APPD, não adianta dar estrutura e não dar condições de acesso a elas. “Tem uma série de questões que precisam ser resolvidas, como, por exemplo, a ida dessas pessoas até os locais de inclusão. Se forem depender do transporte público, fica complicado, por isso muitos deles ficam em casa”, questiona. A coordenadora conta que não tem disponibilizado para os alunos um transporte até o centro, mas diz que no local existe um serviço de van particular que cobra para transportar as pessoas com deficiência. “Solicitamos à secretária um meio de transporte para nossos alunos. O projeto está em fase de avaliação. Enquanto isso, quem precisar do serviço pode contratar este que fica na porta do centro”. Outra perspectiva de inclusão está na escola especial para cegos José Álvares de Azevedo, a única da cidade que atende os deficientes visuais, onde aprendem a readaptar-se ao mundo e organizar seu cotidiano. Segundo Amaury, no local é possível encontrar equipamentos que garantem o acesso à internet e ao mundo digital. Tecnologias que facilitam o acesso ao mundo digital Aplicativos, programas e equipamentos utilizados para garantir o acesso à internet a pessoas com deficiência são hoje uma realidade. O que antes estava limitado a mecanismos difíceis de serem manuseados ou se restringiam apenas ao sistema Braille, no caso dos cegos, atualmente praticamente saltam da tela do computador para readaptar pessoas com deficiência às novas tecnologias. Alguns deles permitem escrever textos e comandar cursor do mouse por meio dos movimentos faciais captados por uma webcam convencional como os programas Headmouse e Teclado Virtual, que podem ser baixados gratuitamente pelo site http://robotica.udl.es/ Site externo. e possibilita que tetraplégicos, por exemplo, naveguem pela internet e digitem textos no computador. O público-alvo são os deficientes físicos que, por terem sua mobilidade reduzida, não conseguem se conectar à internet ou usar o computador. Com o Headmouse é possível controlar o cursor do mouse com movimentos de cabeça. Com expressões faciais é possível “clicar” em links e arquivos. O Teclado Virtual funciona com dispositivos que controlam o cursor na tela - joystick, touchpad e o próprio Headmouse. O programa é capaz de ampliar o vocabulário e criar novos dicionários em qualquer língua baseada no alfabeto romano. Muitas pesquisas estão sendo desenvolvidos e pretendem tornar a interface do computador, que comumente é comandada pelas mãos (teclado e mouse), acessível também em outras formas de interação como movimentos do olho, voz e boca. Para o deficiente visual já existe o DosVox, sistema operacional que funciona com um sintetizador de voz e ampliador de tela (para quem tem baixa visão), com 82 programas, dentre os quais jogos educativos, como o Letra Vox e o Letrix, para alfabetização, e o Conta Vox, para o aprendizado da tabuada, com contas simples e até multiplicação e divisão. Pode ser baixado gratuitamente pelo site: http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/download.htm Site externo. . Há ainda o Virtual Vision versão 2.01, um leitor de tela com sintetizador de voz que funciona na plataforma Windows e o Lente Pro 1.4, ampliador de telas para Windows para pessoas com baixa visão, disponível gratuitamente no site http://caec.nce.ufrj.br/dosvox Site externo. Para a pessoa com alguma deficiência motora existe o Plug Mouse Mouse adaptado que permite clicar com qualquer parte do corpo. O Teclado Amigo, dá acesso ao micro por meio de um dispositivo acoplado a qualquer parte móvel do corpo do usuário, disponível gratuitamente no site www.saci.org.br/kitsaci2.html Site externo. Já para o deficiente auditivo existe o Dicionário Virtual da Língua de Sinais Brasileira (Libras) no www.dicionariolibras.com.br Site externo. , ou www.ines.org.br Site externo. . Fonte: http://www.diariodopara.com.br Site externo.

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