terça-feira, 1 de maio de 2012

Faz 18 anos e parece que foi ontem. Todos temos em nossas retinas a imagem da Williams saindo reto e batendo na Tamburello, naquele funesto 1º de maio de 1994. Ainda ressoa em nossos ouvidos aquele “Senna bateu forte!”, bradado por Galvão Bueno. A imagem acima, que ilustra este texto, é uma aquarela do artista lituano Oleg Konin. A imagem que gostaríamos de ter visto. Reginaldo Leme escreveu uma crônica brilhante e obrigatória na mais recente edição da “Revista Alfa”, projetando a carreira de Ayrton Senna se ele tivesse saído do cockpit sem sequelas. Com a propriedade de quem completa sua 40ª temporada cobrindo Fórmula 1, Reginaldo nos conduz com riqueza de detalhes em um texto sensível, imaginando um futuro ainda mais vitorioso para Ayrton, e tudo o que viria à reboque, incluindo os destinos de outros pilotos, como Schumacher e Barrichello. Não vou dar detalhes do texto de Reginaldo, pois reitero a recomendação de sua leitura, apenas adianto uma análise que acho plenamente possível, quando ele menciona disputas entre Schumacher e Barrichello – não na Ferrari –, mas na McLaren. E seriam disputas sem ingerências, pois a equipe sempre deu “carta branca” a seus pilotos, a exemplo do que fez com o próprio Senna quando este rivalizou com Prost. E também entre Alonso e Hamilton. E agora, com Hamilton e Button. E Senna encerrando sua carreira na Ferrari, como era seu sonho pessoal. Cada um de nós, gostando ou não de Fórmula 1, conhecendo mais ou menos do assunto, tem uma ou mais opiniões, na base do “se”. Quantos títulos mais Ayrton Senna teria conquistado? Quanto peso a menos Barrichello teria carregado nos ombros sem a pressão desmedida que teve de suportar a partir do instante em que Ayrton deu o último suspiro? E Schumacher? Teria conquistado menos títulos? Senna o teria vetado na Ferrari, se por lá chegasse antes do alemão? E o automobilismo brasileiro? Teria tido mais apoio, formado mais pilotos e motivado mais patrocinadores para levar os garotos a correr na Europa? Nossos autódromos estaríam em melhores condições? E as arquibancadas mais cheias? E Bruno Senna? Chegaria antes à Fórmula 1 e por outra equipe, que não a incipiente Hispania? Por amor, talvez, Ayrton aconselhasse o sobrinho a abrir mão do sobrenome, evitando um ônus desmedido, afinal as portas teríam sido abertas do mesmo jeito, sobretudo na McLaren e na Honda. Será que o octógono do UFC teria conquistado tanto espaço na mídia brasileira se as pistas continuassem a nos dar títulos? Você, certamente, tem algo a dizer, se Ayrton Senna tivesse espanado a poeira do macacão e saído incólume daquele carro. E nos explicasse, de uma vez por todas, o que de fato o fez bater naquele muro.

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